Moraes decreta prisão preventiva de ex-diretor da PRF após fuga para Paraguai
Ex-diretor da PRF tem prisão decretada após fuga

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta sexta-feira, 26 de dezembro de 2025, a prisão preventiva de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo de Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada após o ex-diretor, que cumpria prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, romper o equipamento e fugir para o Paraguai, onde foi detido pelas autoridades locais.

Detalhes da fuga e prisão no exterior

De acordo com informações da Polícia Federal repassadas ao ministro, o sinal de GPS da tornozeleira eletrônica parou de ser emitido por volta das 3 horas da madrugada de quinta-feira, dia 25. Imediatamente, agentes federais se deslocaram até a residência do ex-diretor, localizada em São José, Santa Catarina, e confirmaram que ele não estava no local.

A investigação apurou que Silvinei Vasques cruzou a fronteira e foi para o Paraguai. A prisão ocorreu quando ele tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador. As autoridades paraguaias o detiveram e a Polícia Federal confirmou na manhã desta sexta-feira que o ex-diretor deve ser repatriado para o Brasil.

Fundamento legal para a prisão preventiva

Na decisão que converteu as medidas cautelares em prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes foi enfático. Ele argumentou que a fuga do réu, caracterizada pela violação das medidas impostas sem justificativa, autoriza legalmente a mudança de regime. "A fuga do réu, caracterizada pela violação das medidas cautelares impostas sem qualquer justificativa, autoriza a conversão das medidas cautelares em prisão preventiva", decidiu Moraes.

Silvinei Vasques estava em liberdade provisória desde agosto de 2024, após cumprir um ano de prisão preventiva. A liberdade foi concedida pelo próprio ministro, sob condições rigorosas que incluíam, além da tornozeleira, o cancelamento de seu passaporte.

Contexto: a condenação na trama golpista

A medida judicial ocorre no âmbito da ação penal do Núcleo 2 da investigação sobre a trama golpista, que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Nesse processo, Silvinei Vasques foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão.

Segundo a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal, a atuação do ex-diretor durante as eleições foi crucial para a estratégia golpista. Ele teria determinado a realização de blitzes da PRF em localidades onde a chapa de Luiz Inácio Lula da Silva tinha maior intenção de voto, com o claro objetivo de dificultar o acesso dos eleitores às urnas.

O caso segue sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes no STF, e o retorno de Silvinei Vasques ao Brasil deve marcar o próximo capítulo deste processo judicial de alta complexidade política.