Pedido de ampliação das investigações
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, acionou oficialmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, neste domingo, solicitando a ampliação das investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido está relacionado à tentativa de violação da tornozeleira eletrônica pelo ex-mandatário entre a noite de sexta-feira e o sábado.
Detalhes da representação
Em documento enviado ao STF, o deputado petista requereu a realização imediata de perícia nas imagens do condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar em Brasília. Além disso, Farias pediu a identificação de todas as pessoas que estiveram na residência nas 72 horas anteriores ao incidente.
Um dos pontos mais destacados na representação foi a solicitação para investigar a origem do ferro de solda utilizado por Bolsonaro na tentativa de violar o equipamento eletrônico. O parlamentar argumentou que se trata de um instrumento "muito específico" cuja presença não pode ser "naturalizada".
"Há necessidade urgente de apuração: se o objeto já estava na residência; se foi levado por alguém nos dias anteriores; se ingressou no condomínio por meio de visitante, assessor, aliado político ou familiar; ou se foi entregue clandestinamente para facilitar fuga", afirmou trecho do documento.
Vigília como "massa de manobra"
Lindbergh Farias também incluiu em seu pedido uma investigação sobre a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente à residência do ex-presidente na véspera da prisão. O líder petista foi enfático ao caracterizar o evento.
"A mobilização não tinha nada de religiosa: era massa de manobra criada para dificultar a ação policial caso a violação da tornozeleira fosse bem-sucedida", declarou o deputado em seu comunicado.
Contexto da prisão
Jair Bolsonaro foi preso pela Polícia Federal na manhã de sábado por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A PF detectou uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente.
Durante audiência de custódia realizada no domingo na superintendência da PF em Brasília, Bolsonaro confessou ter tentado violar o equipamento com um ferro de solda. Ao final do procedimento, a juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino decidiu manter a prisão do ex-mandatário.
Na segunda-feira, 24 de novembro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal irá julgar a manutenção da prisão preventiva de Bolsonaro, decisão que pode definir os próximos capítulos deste caso político-judiciário.