Eduardo Bolsonaro acusa perseguição política contra Flávio em 2026
Eduardo Bolsonaro fala em perseguição contra Flávio

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) emergiu como defensor ferrenho do irmão, senador Flávio Bolsonaro, em meio às consequências da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em declarações gravadas nos Estados Unidos no domingo, 23 de novembro de 2025, o parlamentar articulou uma teoria de perseguição política contra sua família.

Estratégia de Eliminação Política

Eduardo Bolsonaro não poupou críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável pela decisão que levou à prisão de seu pai no sábado, 22. O deputado afirmou que a vinculação entre uma vigília convocada por Flávio Bolsonaro e a ordem de prisão possui motivação política clara.

"Com o Flávio agora a estratégia vai se repetir", alertou Eduardo em vídeo publicado nas redes sociais. "O Moraes está percebendo que o Flávio pode ser um presidenciável e, com o nome Bolsonaro, ele é muito competitivo. Então ele vai fazer de tudo para tirar o Flávio da corrida presidencial do ano que vem".

Contexto da Prisão e Repercussões

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi decretada com base na avaliação de que a vigília organizada por Flávio Bolsonaro apresentava "possibilidade concreta" de alcançar dimensões similares aos acampamentos realizados diante de quartéis militares, representando potencial ameaça à ordem pública.

Eduardo Bolsonaro também expressou preocupação com seu próprio futuro político, prevendo que seria condenado e tornando-se inelegível. "O Moraes atribuiu a mim, a uma postagem que eu fiz nas minhas redes sociais, para que então me dragasse para uma investigação e agora culminasse na minha denúncia por coação", explicou o parlamentar.

Cenário Político para 2026

A movimentação de Flávio Bolsonaro como potencial candidato presidencial em 2026 já havia sido destacada em reportagem de VEJA em outubro. O senador vem se posicionando como herdeiro natural do espólio político do pai, embora essa perspectiva divida a direita e gere insatisfação no Centrão.

Líderes do centrão questionam a viabilidade eleitoral do senador, apontando para seus altos índices de rejeição entre o eleitorado. A candidatura enfrenta resistência interna mesmo antes de ser formalmente anunciada.

Ampliação de Sanções Internacionais

Eduardo Bolsonaro também mencionou a possibilidade de estender sanções internacionais a outras autoridades brasileiras, seguindo o precedente estabelecido em julho, quando o governo de Donald Trump aplicou a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.

O deputado citou especificamente o procurador-geral da República, Paulo Gonet, como possível alvo de novas medidas. "O primeiro passo é sempre denunciar, para que a partir daí outras ações possam ter o campo aberto para serem tomadas, como o fortalecimento das sanções ou mesmo a aplicação de sanções a outros atores", declarou.

Eduardo finalizou com tom de resistência: "Nós seguiremos aqui batalhando, custe o que custar. Não parar, não precipitar, não retroceder. Nós venceremos". A declaração reforça o discurso de enfrentamento que caracteriza a atuação política da família Bolsonaro no atual cenário.