Amoêdo defende prisão de Bolsonaro: 'risco concreto de fuga'
Amoêdo defende prisão de Bolsonaro por risco de fuga

O empresário e político João Amoêdo, ex-membro do partido Novo, manifestou apoio à prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 22 de novembro de 2025. Em publicação na rede social X, o ex-candidato presidencial classificou a decisão como "correta e embasada", destacando existir risco concreto de fuga do ex-mandatário.

Argumentos para a prisão preventiva

Em sua análise pública, Amoêdo enumerou os fatores que justificariam a medida judicial contra Bolsonaro. "O ex-presidente violou na madrugada sua tornozeleira eletrônica, que precisou ser trocada", afirmou o empresário, referindo-se ao episódio que antecedeu a detenção na sede da Polícia Federal em Brasília.

O político liberal também citou a convocação de manifestações por Flávio Bolsonaro em frente à residência do pai como elemento agravante. Segundo Amoêdo, o objetivo seria "criar tumulto no local" e dificultar a ação das autoridades.

Outro ponto destacado foi a fuga do país de Alexandre Ramagem, também condenado, ocorrida durante a semana. Para o fundador do Novo, essa sequência de eventos configurava um cenário de risco iminente que exigia ação imediata do sistema de Justiça.

Críticas à direita brasileira

Além de analisar os aspectos jurídicos, João Amoêdo fez duras críticas ao cenário político da direita no Brasil. Ele afirmou que "a falta de uma direita decente" que busque liderar a oposição sem depender da submissão ao bolsonarismo representa "um grande problema para o pleito de 2026 e para a política brasileira".

O empresário ainda rebateu argumentos sobre o estado de saúde de Bolsonaro, classificando como "discurso oportunista da fraca oposição que temos hoje" qualquer tentativa de usar esse aspecto para questionar a prisão. Ele ressaltou que o ex-presidente está detido em uma sala da PF "em condições superiores às de qualquer preso".

Trajetória política e rompimento

A posição de Amoêdo reflete sua trajetória de distanciamento gradual em relação a Bolsonaro. Embora tenha apoiado o então candidato do PL no segundo turno contra Fernando Haddad em 2018, em 2022 o empresário declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva contra Bolsonaro.

Na época, ele argumentou que o membro do PL estava atentando contra os poderes da República, e que seu direito de ser oposição estaria mais seguro com Lula no poder, apesar das discordâncias políticas.

O rompimento definitivo com o Novo ocorreu após fortes críticas de colegas do partido. Amoêdo anunciou sua saída alegando que a sigla vinha descumprindo o próprio estatuto e estimulando ações contra a democracia.

O episódio da prisão de Bolsonaro e a defesa pública feita por Amoêdo evidenciam as profundas divisões no espectro político de direita no Brasil, com reflexos diretos na preparação para as eleições de 2026.