O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta quinta-feira, 25 de dezembro de 2025, que manteve conversas com enviados dos Estados Unidos sobre pontos cruciais de um plano para estabelecer um cessar-fogo com a Rússia. O diálogo ocorreu com os representantes americanos Steve Witkoff e Jared Kushner.
Conversas Construtivas e Detalhes do Plano
Em uma publicação em sua rede social, Zelensky descreveu o encontro como "uma conversa muito boa" e agradeceu aos enviados pela "posição construtiva, trabalho intenso e palavras amáveis". O chefe de Estado ucraniano afirmou que foram discutidos "alguns detalhes importantes do trabalho em curso", acrescentando que existem "boas ideias que podem contribuir para um resultado comum e para uma paz duradoura".
O plano em questão, cuja nova versão foi revelada pelo próprio Zelensky na quarta-feira, 24, é resultado de semanas de negociações entre os governos dos Estados Unidos e da Ucrânia. A proposta central prevê o congelamento da linha de frente nos limites atuais, efetivamente paralisando os combates onde estão hoje.
Pontos de Dificuldade e Reação Russa
No entanto, o texto não oferece uma solução imediata para um dos maiores obstáculos à paz: o status dos territórios ocupados pelas forças russas, que hoje correspondem a mais de 19% do território ucraniano. Além disso, a nova versão do plano americano deixa de lado duas exigências históricas do Kremlin.
A proposta não inclui a retirada das tropas ucranianas das áreas do Donbass que ainda estão sob controle de Kiev, nem estabelece qualquer compromisso jurídico que impeça a Ucrânia de buscar futura adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Essas omissões tornam a aceitação do plano por parte de Moscou algo improvável, na avaliação de analistas. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confirmou que a Rússia ainda está preparando sua resposta oficial e se recusou a comentar os detalhes da proposta em análise.
Caminho Incerto para a Paz
A divulgação das discussões marca um momento de intensa atividade diplomática, mas também evidencia os enormes desafios que permanecem. Enquanto Zelensky busca avançar com uma iniciativa que poderia estancar o derramamento de sangue, a postura russa indica cautela e possivelmente rejeição, dada a distância entre a proposta e suas exigências fundamentais.
O desenvolvimento coloca os Estados Unidos em um papel central de mediação, ainda que indireta. O próximo movimento agora depende da resposta formal do governo de Vladimir Putin, que definirá se as "boas ideias" mencionadas por Zelensky poderão, de fato, se transformar em um caminho viável para negociações de paz.
