O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (18) um voto de censura contra o chanceler alemão Friedrich Merz. A medida foi uma resposta direta às declarações do político europeu sobre a cidade de Belém, no Pará, que será sede da COP30.
O que motivou a reação do Senado
Durante um evento realizado em Berlim, Friedrich Merz afirmou que jornalistas que cobriram a COP30 "ficaram felizes" ao deixar "aquele lugar" e retornar à Europa. Segundo o chanceler, ao perguntar quem gostaria de permanecer em Belém após a conferência, "nenhum levantou a mão".
Merz esteve presente na conferência climática em seu início. Suas falas repercutiram de forma negativa entre os parlamentares brasileiros, gerando indignação no Congresso Nacional.
Reações no plenário do Senado
O requerimento para o voto de censura foi apresentado pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) e recebeu apoio de outros líderes da Casa, como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Davi Alcolumbre (União-AP).
No plenário, Zequinha Marinho declarou que as afirmações do chanceler alemão "não são apenas infelizes", mas carregam "um tom xenófobo e preconceituoso". O parlamentar afirmou que tais comentários "desrespeitam não apenas a cidade de Belém, mas todo o povo brasileiro e, sobretudo, a Amazônia".
O senador também criticou o que chamou de "superficialidade" e "paternalismo" por parte do governo alemão, cobrando maior compromisso financeiro dos países ricos com a proteção da floresta amazônica.
Randolfe Rodrigues e Davi Alcolumbre igualmente defenderam a aprovação do voto de censura, classificando as falas do chanceler como "inadmissíveis".
Próximos passos e consequências
Com a aprovação, o voto de censura passa a representar a posição institucional do Senado brasileiro. O documento será encaminhado oficialmente ao governo da Alemanha através do Ministério das Relações Exteriores como uma manifestação de repúdio do parlamento brasileiro.
Os senadores envolvidos na proposta destacaram que a COP30 em Belém representa uma oportunidade crucial para que os países assumam compromissos reais e ambiciosos contra as mudanças climáticas, justamente por estar localizada no coração da Amazônia, região fundamental para o equilíbrio ambiental global.
