Venezuela revoga voos de 6 companhias aéreas, incluindo GOL e TAP
Venezuela cancela voos de GOL, TAP e outras 4 companhias

O governo venezuelano anunciou na quarta-feira, 26 de novembro, a revogação das autorizações de tráfego aéreo para seis companhias internacionais, incluindo a brasileira GOL. A medida atinge também a TAP de Portugal, Iberia da Espanha, Avianca da Colômbia, Latam do Chile e Turkish Airlines da Turquia.

Medida tem motivação política

Segundo informações publicadas pelo jornal El País, o regime de Nicolás Maduro acusa essas empresas de terem se unido às ações de terrorismo de Estado promovidas pelos Estados Unidos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Venezuela e ocorre em um contexto de aumento da tensão militar entre Caracas e Washington.

A revogação das autorizações acontece dias depois que essas mesmas companhias já haviam cancelado voluntariamente suas rotas para o país. O cancelamento anterior foi uma resposta a um alerta da Administração Federal de Aviação dos EUA, que apontou risco potencial no sobrevoo do espaço aéreo venezuelano.

Duas empresas mantêm autorização

Entre as companhias afetadas pela medida do governo venezuelano estão exatamente as mesmas que já haviam suspendido seus voos: TAP, GOL, Avianca, Latam, Turkish Airlines e Caribbean Airlines. Duas empresas - Air Europa e Plus Ultra - continuam autorizadas a operar, embora também tenham reduzido ou suspendido parte de sua malha aérea devido ao clima de instabilidade.

O consulado de Portugal em Caracas já divulgou uma orientação para que passageiros com viagens marcadas entrem imediatamente em contato com suas respectivas companhias ou agências para verificar alternativas. A recomendação reflete a preocupação crescente, especialmente entre a comunidade portuguesa e luso-descendente que vive na Venezuela, estimada em cerca de meio milhão de pessoas.

Cenário de tensão internacional

O cancelamento de voos ocorre no contexto da escala militar dos Estados Unidos na região do Caribe. O governo Trump mantém navios de guerra na área e, nas últimas semanas, realizou cerca de 20 ataques contra embarcações que acusa de transportar drogas, deixando dezenas de mortos.

Já o governo venezuelano afirma que Washington estaria usando o combate ao narcotráfico como justificativa para tentar promover uma mudança de regime e controlar o petróleo do país. A situação se tornou ainda mais complexa após os EUA passarem a considerar como terrorista um cartel que seria chefiado por Maduro, com a mudança de status começando a valer na segunda-feira, 24.

Curiosamente, apesar das tensões, o portal Axios informou que Trump sinalizou a aliados querer conversar com Maduro por telefone, demonstrando a complexidade das relações entre os dois países em meio a esta crise aérea e política.