Um jantar na Casa Branca reuniu algumas das personalidades mais influentes do mundo nesta terça-feira, 19 de novembro de 2025, em um evento que misturou política, esporte e negócios de maneira inédita. O presidente americano Donald Trump recebeu convidados especiais horas após se encontrar com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
Os convidados improváveis da Casa Branca
Sob a luz de velas, a reunião contou com uma lista de convidados que chamou atenção pela diversidade. Além de Mohammed bin Salman e membros da realeza saudita, estavam presentes o magnata Elon Musk, que já criticou Trump publicamente, o presidente da Fifa Gianni Infantino, executivos de tecnologia e criptomoedas, apresentadores da Fox News e o astro do futebol Cristiano Ronaldo.
A presença do jogador português, atualmente no Al-Nassr, clube pertencente ao fundo soberano saudita PIF, levantou questões sobre os reais motivos de sua participação no evento. Especialistas ouvidos pelo portal The Athletic sugerem que Ronaldo pode estar atuando como instrumento de soft power para a Arábia Saudita, país frequentemente criticado por violações de direitos humanos.
Os interesses por trás do encontro
Analisando a situação, surgem várias possibilidades para a presença de Cristiano Ronaldo no jantar. O atacante pode estar buscando reverter um cartão vermelho recebido recentemente após uma cotovelada no zagueiro irlandês Dara O'Shea, que pode deixá-lo de fora da estreia de Portugal na Copa do Mundo.
Outra hipótese envolve o caso de suposto estupro em Las Vegas em 2009, arquivado por falta de provas, onde a vítima alegou ter sido coagida a assinar um acordo de sigilo de US$ 375 mil (cerca de R$ 2 milhões). Ronaldo nega as acusações e nunca foi formalmente acusado, mas poderia buscar alguma forma de proteção legal.
Por outro lado, Donald Trump pode ver no astro português uma importante figura de apoio político, enquanto a Arábia Saudita utilizaria a popularidade global do jogador para melhorar sua imagem internacional.
Relações públicas e poder
Cristiano Ronaldo nunca escondeu sua admiração por Trump. No início de novembro, o jogador afirmou que gostaria de conversar com o líder americano para incentivar negociações pela paz mundial, descrevendo-o como "uma das pessoas que consegue fazer as coisas acontecerem".
O evento ocorre meses antes da Copa do Mundo que será sediada nos EUA, Canadá e México, aumentando o simbolismo da presença do presidente da Fifa, Gianni Infantino. A proximidade de Ronaldo com Trump poderia influenciar decisões do comitê disciplinar da Fifa sobre a suspensão de três jogos que o português enfrenta.
O jantar representa a convergência de interesses múltiplos: políticos, esportivos e econômicos. Enquanto a Arábia Saudita busca projetar uma imagem mais positiva globalmente, Trump fortalece suas relações com figuras influentes, e Ronaldo navega entre oportunidades esportivas e proteção de sua imagem.
O evento demonstra como, na era atual, o soft power e as relações públicas se tornaram ferramentas essenciais tanto na política quanto nos negócios e no esporte. A capacidade de atrair personalidades globais como Cristiano Ronaldo para eventos políticos revela uma nova dimensão da diplomacia moderna.