Trump remove prazo para acordo de paz Ucrânia-Rússia em reviravolta
Trump remove prazo para acordo Ucrânia-Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma mudança significativa na abordagem das negociações de paz entre Ucrânia e Rússia. Na noite de terça-feira, 25 de novembro de 2025, ele descartou a imposição de um prazo limite para que a Ucrânia aceite o plano de paz apresentado por seu governo.

Mudança de estratégia nas negociações

Originalmente, Trump trabalhava com a data de 27 de novembro, feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, como prazo máximo para a aceitação do acordo. No entanto, em uma reviravolta surpreendente, o presidente republicano declarou: "O meu prazo é quando tudo acabar".

O plano inicial, elaborado nos bastidores entre autoridades americanas e russas, havia sido considerado amplamente desfavorável a Kiev. Desde o domingo, 23 de novembro, a Ucrânia negociava mudanças no texto com Washington.

Avanços e impasses nas tratativas

Trump afirmou que negociadores americanos estão avançando nas discussões com ambos os países e que Moscou concordou com algumas concessões. Seu enviado especial, Steve Witkoff, deve se reunir com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou, enquanto seu genro Jared Kushner também estaria envolvido nas tratativas.

Após reuniões em Abu Dhabi entre o secretário do Exército dos Estados Unidos, Dan Driscoll, e as delegações ucraniana e russa, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou estar preparado para discutir os pontos sensíveis da proposta diretamente com Trump.

Em discurso para a Coalizão dos Dispostos, que reúne seus principais aliados europeus, Zelensky pediu que o grupo elabore um plano para enviar uma "força de apoio" à Ucrânia e mantenha a pressão sobre Moscou.

Detalhes do plano de paz original

A proposta inicial dos Estados Unidos, inspirada no plano de 21 pontos para a paz em Gaza, continha 28 pontos que previam:

  • Cesão da região de Donbass à Rússia
  • Reconhecimento de Crimeia, Luhansk e Donetsk como território russo
  • Redução do exército ucraniano para 600 mil soldados
  • Impedimento da entrada da Ucrânia na OTAN
  • Reintegração da Rússia à economia global e readmissão no G8
  • Destino de US$ 100 bilhões em ativos russos para reconstrução da Ucrânia
  • Realização de eleições na Ucrânia em até 100 dias

Segundo a emissora americana ABC News, o plano teria sido revisado de 28 para 19 pontos, não incluindo mais a questão da anistia para atos cometidos durante a guerra nem limites para o tamanho das Forças Armadas ucranianas.

Zelensky continuou afirmando que ceder território à Rússia segue sendo o "principal problema" nas negociações, enquanto Moscou evitou se posicionar sobre as mudanças no texto.