Trump propõe reconhecer territórios ucranianos como russos para paz
Trump quer reconhecer territórios ucranianos como russos

Uma revelação bombástica do jornal britânico The Telegraph nesta sexta-feira (28) mostra que Donald Trump está disposto a reconhecer os territórios ucranianos ocupados como parte da Rússia. A posição do ex-presidente americano tem como objetivo principal acelerar um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia.

Missão diplomática secreta

Segundo a publicação, Trump enviou seu enviado especial Steve Witkoff e seu genro Jared Kushner à Rússia para apresentarem pessoalmente a proposta a Vladimir Putin. A discussão central envolve o reconhecimento de regiões como Crimeia, Lugansk e Donetsk como territórios russos.

Esta revelação surge no contexto das recentes declarações de Vladimir Putin, que na quinta-feira afirmou que Moscou cessará as hostilidades com a Ucrânia caso Kyiv retire suas forças dos territórios que a Rússia anexou. "Se as tropas ucranianas abandonarem os territórios ocupados, cessaremos as hostilidades. Se não saírem, iremos expulsá-las pela força militar", declarou Putin durante coletiva de imprensa em Bishkek, capital do Quirguistão.

Territórios em disputa

O líder russo não especificou se sua declaração se referia apenas às regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia - consideradas alvos prioritários pelo Kremlin - ou também incluía Kherson e Zaporijjia, no sul. Em setembro de 2022, a Rússia reivindicou a anexação destes quatro territórios, embora não os controle totalmente até o momento.

Enquanto isso, Ucrânia e Estados Unidos têm trabalhado intensamente nas últimas semanas em um plano de paz e nas garantias de segurança para Kyiv. Uma proposta de Washington divulgada na semana passada, que incluía as principais exigências de Moscou, foi inicialmente bem recebida pelo Kremlin, mas sofreu alterações após negociações entre americanos, ucranianos e europeus.

Negociações em andamento

Em 23 de novembro, ocorreu em Genebra uma reunião entre autoridades ucranianas, norte-americanas e europeias, onde as partes discutiram uma proposta de plano de paz apresentada por Washington com o objetivo de pôr fim à guerra na Ucrânia. Após as negociações, Ucrânia e Estados Unidos concordaram em continuar trabalhando em propostas conjuntas para um acordo de paz.

O enviado norte-americano Steve Witkoff é esperado em Moscou na próxima semana para discutir o plano com responsáveis russos, indicando que as negociações continuam em ritmo acelerado.

Em desenvolvimento paralelo às discussões sobre a Ucrânia, Donald Trump anunciou medidas imigratórias contundentes, incluindo a intenção de "pausar permanentemente" a entrada de imigrantes de países que chama de "terceiro mundo", retirar benefícios de não cidadãos e revisar Green Cards de 19 nações. O ex-presidente criticou Joe Biden, defendeu "migração reversa" e associou imigração a criminalidade e pressão sobre serviços públicos.