Trump reage a arquivos de Epstein e defende reputação de 'inocentes'
Trump quebra silêncio sobre arquivos de Epstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quebrou o silêncio sobre a liberação dos arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. Em suas primeiras declarações, feitas na segunda-feira, 22 de dezembro, ele afirmou que a divulgação dos documentos está prejudicando injustamente a imagem de pessoas que mantiveram relações consideradas "inocentes" com o financista.

Defesa de figuras públicas e críticas à imprensa

Em um tom de solidariedade, Trump saiu em defesa de outras personalidades citadas nos registros, incluindo o ex-presidente democrata Bill Clinton. "Eu gosto do Bill Clinton. Sempre me dei bem com ele", declarou o republicano a jornalistas em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida. Ele expressou descontentamento com a exposição de fotografias antigas, classificando a situação como "terrível".

O presidente americano argumentou que muitos dos que aparecem nas imagens ao lado de Epstein – lista que inclui celebridades como Michael Jackson e Mick Jagger – podem ter tido meros encontros sociais, sem envolvimento com os crimes sexuais pelo qual o bilionário foi condenado. Ele também mencionou o caso de Larry Summers, ex-reitor de Harvard que deixou a vida pública após a revelação de e-mails trocados com Epstein.

Paralelamente, Trump acusou a cobertura jornalística de servir como uma distração. "Essa história do Epstein serve para desviar a atenção do enorme sucesso que o Partido Republicano vem alcançando", reclamou, sugerindo que o foco da mídia deveria estar em suas conquistas políticas.

Os detalhes da divulgação e as reações

A liberação dos arquivos é um desdobramento da Lei de Transparência dos Arquivos Epstein (EFTA), aprovada pelo Congresso e sancionada pelo próprio Trump. A legislação exigia a publicação completa de todos os documentos até a sexta-feira anterior às declarações do presidente. Contudo, o Departamento de Justiça liberou apenas parte do material, o que gerou insatisfação.

Entre os dados já revelados, destacam-se registros que envolvem Trump. O atual presidente viajou oito vezes no jato particular de Epstein, com quem manteve uma amizade de 15 anos até um desentendimento em 2004. Além disso, um bilhete de 2019 citando "nosso presidente gosta de garotas jovens e núbeis" também foi divulgado.

O porta-voz de Bill Clinton, Angel Urena, criticou a divulgação seletiva e pediu transparência total. "Alguém ou algo está sendo protegido. Não sabemos quem, o quê ou por quê", afirmou, acusando o Departamento de Justiça de agir de forma estratégica.

Contexto do caso e próximos passos

Jeffrey Epstein foi um financista bilionário condenado por tráfico sexual de menores. Ele morreu na prisão em 2019, em um caso oficialmente registrado como suicídio, enquanto aguardava julgamento. A divulgação dos arquivos era aguardada por sobreviventes e por legisladores que buscam esclarecer a extensão de sua rede.

A polêmica agora se concentra na liberação integral dos documentos. Sobreviventes e congressistas continuam a pressionar o Departamento de Justiça para que todo o material restante seja tornado público, garantindo total transparência sobre um dos casos criminais mais midiáticos e complexos das últimas décadas.