O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou um momento de tensão durante coletiva de imprensa na quinta-feira (27) ao chamar uma repórter de "idiota" após ser questionado sobre o atirador afegão que feriu dois soldados em Washington D.C.
Confronto durante coletiva
A jornalista questionou Trump sobre os motivos pelos quais ele culpa seu antecessor, Joe Biden, pela entrada do cidadão afegão Rahmanullah Lakanwal nos Estados Unidos. A pergunta veio após repetidas acusações do governo republicano contra a administração anterior pelo incidente.
A repórter lembrou ao presidente que seu próprio Departamento de Justiça afirmou este ano que os afegãos que entraram no país em 2021, através de um programa governamental para refugiados de nações em guerra, tiveram seus antecedentes criminais verificados.
Resposta agressiva de Trump
A reação do mandatário americano foi imediata e contundente. "Você é idiota? Você é uma pessoa idiota?", disparou Trump. "Porque ele [afegão] veio em um avião junto com milhares de outras pessoas que não deveriam estar aqui. E você só está fazendo perguntas porque é uma pessoa estúpida".
O presidente manteve sua posição de que foi o governo Biden quem permitiu a entrada do afegão no território americano, ignorando as informações apresentadas pela profissional de imprensa.
Detalhes do ataque
O incidente que motivou o confronto ocorreu na quarta-feira (26), quando Rahmanullah Lakanwal, de 29 anos, efetuou disparos contra dois soldados da Guarda Nacional a poucos metros da Casa Branca. O ataque resultou na morte de uma militar e deixou outro em estado crítico.
O soldado Andrew Wolfe, de 24 anos, e o próprio atirador permaneciam hospitalizados em condição grave até a última atualização das informações.
Desdobramentos jurídicos
Na sexta-feira seguinte ao incidente, o governo Trump abriu caminho para a aplicação da pena de morte contra Lakanwal. As acusações foram elevadas para homicídio doloso em primeiro grau, possibilitando a medida extrema.
Em setembro, o presidente americano havia assinado um decreto que instituiu a pena capital para crimes como homicídio em Washington D.C., durante as primeiras semanas da intervenção federal na segurança da capital.
Contexto da segurança
Mais de 2 mil soldados da Guarda Nacional foram enviados a Washington em agosto, após Trump assumir o controle federal da polícia da capital. A medida enfrentou resistência da prefeita Muriel Bowser, que classificou a intervenção como "alarmante e sem precedentes".
O diretor do FBI, Kash Patel, confirmou que a investigação de terrorismo contra o afegão está em andamento, com agentes executando vários mandados de busca, incluindo na residência atual do suspeito.
Histórico do atirador
Rahmanullah Lakanwal é um cidadão afegão que chegou aos EUA em 2021. Segundo o diretor da CIA, John Ratcliffe, o homem trabalhou com a agência e outras instituições americanas como membro de uma força parceira em Kandar, no Afeganistão, durante a presença militar dos Estados Unidos no país.
O ataque ocorreu enquanto Trump não estava na Casa Branca, tendo viajado para a Flórida para passar o feriado de Ação de Graças. Em rede social, o presidente havia chamado o atirador de "animal" e afirmado que ele "pagará um preço muito alto".