Pressão de Trump sobre Maduro: USS Gerald R. Ford no Caribe e tensão crescente
Trump intensifica pressão militar contra Maduro

O governo de Donald Trump elevou dramaticamente a pressão sobre Nicolás Maduro com o deslocamento do maior porta-aviões do mundo para águas caribenhas, em uma movimentação militar que especialistas classificam como sem precedentes na região.

Poderio militar sem precedentes no Caribe

O USS Gerald R. Ford, capaz de transportar até noventa aeronaves entre caças e helicópteros, chegou ao Caribe acompanhado de destróieres com mísseis guiados e um submarino nuclear. A esquadra é apoiada por 15.000 soldados e marinheiros, representando o maior poder de fogo americano já visto na área em décadas.

Segundo o secretário de Defesa Pete Hegseth, a operação justifica-se pela proteção da "nossa pátria", "nosso hemisfério" e "nossa vizinhança" contra as drogas que estariam "matando nosso povo". A CIA recebeu autorização de Trump para montar "ações secretas" na Venezuela.

Alvo claro: o regime de Maduro

Nicolás Maduro é tratado abertamente como líder de uma quadrilha de narcotraficantes pelo governo americano. Há uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à sua captura.

Até o momento, a frota americana já destruiu 21 embarcações precárias supostamente envolvidas no tráfico de drogas, resultando na morte de 83 pessoas identificadas como traficantes pelo Departamento de Defesa. Nenhuma prova pública foi apresentada sobre as acusações.

Trump declarou recentemente que já "meio que" decidiu os planos relativos ao regime de Maduro. Quando questionado se os dias de Maduro como presidente estariam contados, respondeu: "Eu diria que sim".

Contexto internacional e reações

A operação militar, que não tem autorização do Congresso americano, é vista com desconfiança por organizações internacionais. Especialistas apontam paralelos com a "diplomacia das canhoneiras" do passado, quando potências usavam força naval para intimidar nações menores.

O governo brasileiro tenta manter uma posição equilibrada. O chanceler Mauro Vieira declarou em setembro que "o Brasil não reconhece governos, reconhece Estados".

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana e Nobel da Paz de 2025, afirmou que a Venezuela se encontra "no limiar de uma nova era" e que o regime chavista "está chegando ao fim".

Resposta de Maduro e cenário militar

Maduro divide-se entre apelos patrióticos e pedidos de paz, muitos feitos em inglês rudimentar. Ele ativou um Comando Integrado de Defesa e mobilizou batalhões bolivarianos formados por civis, enquanto garante estar pronto para uma conversa "cara a cara" com Trump.

Segundo análise do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, as Forças Armadas venezuelanas operam com "capacidade restrita" devido a sanções internacionais e crise prolongada.

Chris Park, pesquisador do Center for Strategic and International Studies, questiona: "Militarmente, derrubar Maduro é simples e viável. As principais incertezas são políticas: se o regime ruir, a oposição será forte o suficiente para assumir e controlar o país?"

Com tantas variáveis em jogo e a imprevisibilidade de Trump no comando, analistas evitam prever em qual direção os ventos soprarão na Venezuela nos próximos meses - talvez semanas - e como isso afetará toda a América do Sul.