O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um prazo de apenas uma semana para que o líder ucraniano Volodymyr Zelensky responda à sua proposta de paz de 28 pontos para encerrar o conflito com a Rússia. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, durante entrevista à rede Fox News.
Pressão sobre a Ucrânia atinge ponto máximo
Trump afirmou que Zelensky tem até a próxima quinta-feira, dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, para se posicionar sobre o plano. "Temos muitos prazos a cumprir, mas quinta-feira parece um momento apropriado", declarou o presidente americano.
Em resposta, Zelensky alertou em seu pronunciamento diário por vídeo que a pressão sobre a Ucrânia atingiu seu nível mais intenso. O líder ucraniano afirmou que o país enfrenta uma encruzilhada: perder sua "dignidade" ou o apoio de "um parceiro fundamental", em clara referência aos Estados Unidos.
Detalhes do plano que favorece a Rússia
O documento elaborado por Trump contém medidas consideradas por analistas como uma capitulação ucraniana. De acordo com informações obtidas por veículos da imprensa ocidental, as principais exigências incluem:
- Cessão das regiões de Donbass à Rússia, incluindo o reconhecimento formal de Crimeia, Luhansk e Donetsk como território russo
- Redução do exército ucraniano para apenas 600 mil soldados, menos da metade do efetivo atual
- Renúncia definitiva à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)
- Estabelecimento de zonas desmilitarizadas em Donetsk
- Congelamento das linhas de frente em Kherson e Zaporizhzhia, efetivamente dando controle russo sobre essas áreas
A usina nuclear de Zaporizhzhia, atualmente controlada por Moscou, passaria para supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com a eletricidade produzida sendo compartilhada entre Rússia e Ucrânia.
Contrapartidas e consequências internacionais
Em troca dessas concessões, a proposta prevê que a Rússia seria reintegrada à economia global após quase quatro anos de sanções, incluindo sua readmissão no G8 (atual G7). Os US$ 100 bilhões em ativos russos retidos em bancos europeus seriam destinados à reconstrução da Ucrânia.
O plano também estabelece que a Ucrânia realizaria eleições em até 100 dias após o acordo e que ambos os países implementariam programas educacionais para promover "compreensão e tolerância a diferentes culturas".
Trump justificou a pressão sobre Zelensky argumentando que a Ucrânia está "perdendo território agora" e descreveu o conflito como "um banho de sangue". O republicano, que durante sua campanha prometeu acabar com a guerra em "24 horas", reconheceu que o conflito já dura quatro anos.
Apesar do plano beneficiar claramente Moscou, Trump afirmou que "as sanções vão continuar, e são muito fortes" contra a Rússia, destacando que toda a economia do país é baseada no petróleo.