Rússia envia 120 tropas à Venezuela e eleva tensão com EUA
Tropas russas na Venezuela elevam tensão geopolítica

Presença militar russa na Venezuela acende alerta geopolítico

A confirmação da presença de mais de 120 militares russos prestando assessoria direta às Forças Armadas da Venezuela elevou significativamente o patamar de tensão geopolítica nas Américas. A informação, divulgada em 27 de novembro de 2025, revela que os soldados estão sob comando do general Oleg Leontovitch Makarevitch, nome mencionado pelo chefe da inteligência militar ucraniana, general Kirilo Budanov.

Capacitação militar abrangente e experiência de guerra

Segundo o site especializado The Warzone, a unidade russa denominada Força-Tarefa do Equador está realizando um amplo programa de treinamento que inclui:

  • Manobras de infantaria e operação de blindados
  • Uso de drones FPV com transmissão em tempo real
  • Técnicas de inteligência militar e forças especiais
  • Operação de aeronaves e emprego de cães de guerra

Os militares russos trazem consigo a experiência de combate adquirida no conflito na Ucrânia, onde se especializaram no uso de drones e em operações em teatros de guerra complexos. Apesar dos fiascos reportados na Ucrânia, analistas alertam que seria um erro subestimar sua capacidade operacional.

Ampliação da operação russa e possível envolvimento do Grupo Wagner

O site The National Interest revelou que a força comandada por Makarevitch representa apenas parte da operação russa na Venezuela. Aviões carregados com equipamento militar têm desembarcado no país desde o início da crise entre Caracas e Washington.

Especula-se também sobre a possível presença do Grupo Wagner, a força mercenária que atua em coordenação com o Ministério da Defesa russo. Os mercenários teriam a vantagem da experiência de combate em selva adquirida em intervenções africanas.

Resposta americana e riscos de escalada

Os Estados Unidos respondem com uma demonstração de força que inclui o porta-aviões Gerald Ford e outras embarcações de guerra no Caribe, na chamada Operação Lança do Sul. Todas as folgas das tropas envolvidas para o Dia de Ação de Graças e Natal foram suspensas, indicando o alto estado de alerta.

O presidente Donald Trump declarou que a questão venezuelana será resolvida "por bem ou por mal", preferindo uma solução que poupe vidas. No entanto, enfrenta pressão interna de apoiadores que originalmente o elegeram por sua postura contra intervenções militares externas caras e mal-sucedidas.

Implicações para o Brasil e cenário regional

A situação coloca o governo brasileiro em uma posição delicada, precisando equilibrar suas relações com ambas as potências enquanto monitora desenvolvimentos em um país fronteiriço. A presença de tropas estrangeiras tão próximas à Amazônia brasileira representa um novo complicador estratégico para a defesa nacional.

Enquanto isso, as atenções globais se dividem entre a Venezuela e o plano de paz proposto pelos americanos para a Ucrânia, ainda aguardando resposta de Vladimir Putin. O líder russo, que recentemente recomendou "durma pouco, trabalhe muito e não reclame", certamente está seguindo seu próprio conselho diante desta crise multifacetada.

O cenário atual representa um jogo geopolítico de altíssimo risco, onde qualquer incidente envolvendo instrutores russos e alvos americanos poderia desencadear uma escalada imprevisível, com consequências potencialmente devastadoras para toda a região.