O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite de domingo (9) uma medida histórica que deve colocar um ponto final na paralisação do governo federal, conhecida como shutdown, após 40 dias de impasse político. A votação ocorreu em sessão extraordinária e representa um avanço crucial para a reabertura completa da máquina pública americana.
Detalhes da votação e acordo
O projeto foi aprovado por 60 votos a 40, contando com o apoio fundamental de oito senadores democratas, número mínimo necessário para que a tramitação avançasse. A medida emergencial garante financiamento para a maior parte das repartições públicas até janeiro de 2026 e inclui dispositivos importantes que impedem novas demissões em massa e asseguram o pagamento retroativo de salários aos servidores que ficaram sem receber durante o período de paralização.
O acordo é resultado de intensas negociações entre parlamentares moderados de ambos os partidos, que buscaram uma solução para o impasse orçamentário que já se estendia por mais de um mês. Entre os pontos centrais do pacote estão:
- Destinação de verbas para programas agrícolas
- Recursos para construção militar
- Manutenção de agências legislativas até 2026
- Preservação do orçamento do Escritório de Responsabilidade Governamental (GAO)
- Restabelecimento de fundos para programas humanitários como o Alimentos para a Paz
Consequências do shutdown mais longo da história
O shutdown, considerado o mais longo da história americana, provocou graves consequências para o país. Milhares de servidores ficaram sem receber seus salários, o funcionamento de aeroportos foi severamente afetado e serviços públicos essenciais foram paralisados.
O Departamento de Transportes dos EUA chegou a ordenar o cancelamento de milhares de voos devido à falta de funcionários, criando um cenário de caos nos aeroportos durante a temporada pré-Ação de Graças. Viajantes enfrentaram atrasos significativos, filas intermináveis e risco real de colapso no sistema aéreo nacional.
Próximos passos para a total normalização
Apesar da aprovação no Senado, a proposta ainda precisa passar por nova votação na casa, ser aprovada na Câmara dos Representantes e, finalmente, sancionada pelo presidente Donald Trump para entrar em vigor definitivamente.
Embora o acordo não tenha atendido a todas as exigências dos democratas, especialmente a prorrogação dos subsídios do seguro saúde, a medida foi vista como um passo essencial para encerrar a crise que paralisou parte significativa do governo federal e afetou milhões de americanos.
O restabelecimento dos fundos para programas humanitários e a garantia de recursos para agências fiscais como o GAO representam vitórias importantes para a transparência governamental e a assistência social nos Estados Unidos.