Netanyahu pede indulto formal a presidente de Israel em meio a acusações de corrupção
Netanyahu pede indulto formal por corrupção

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizou um pedido formal de indulto presidencial ao presidente Isaac Herzog neste domingo, 30 de novembro de 2025. A medida ocorre enquanto o líder israelense enfrenta processos por corrupção que se arrastam desde 2019.

Pedido oficial e justificativas

Em carta enviada ao presidente Herzog, Netanyahu argumentou que o perdão presidencial poderia contribuir para "reconciliar as divisões nacionais" e "apaziguar" os ânimos exaltados nos debates sobre seu julgamento. O gabinete presidencial confirmou o recebimento da solicitação, que inclui uma carta detalhada dos advogados de defesa e outra assinada pessoalmente pelo premiê.

"Meus advogados enviaram hoje um pedido de indulto ao presidente do país. Espero que todos que desejam o bem do país apoiem essa medida", declarou Netanyahu em breve vídeo divulgado por seu partido, o Likud.

Processos e acusações detalhadas

Netanyahu foi indiciado em 2019 por acusações de suborno, fraude e abuso de confiança. Desde o início do julgamento em maio de 2020, o primeiro-ministro conseguiu postergar múltiplas audiências, utilizando-se de recursos burocráticos e, mais recentemente, da guerra em Gaza.

Entre as acusações mais graves está a de que Netanyahu e sua esposa, Sara, aceitaram mais de US$ 260 mil em bens de luxo, incluindo joias e champanhe, de bilionários em troca de favores políticos. O premiê também é acusado de tentar influenciar a cobertura de dois veículos de comunicação israelenses para obter tratamento mais favorável.

Pressão internacional de Trump

O caso ganhou dimensão internacional com o envolvimento do ex-presidente americano Donald Trump, que tem pressionado publicamente pela concessão do indulto. Em 12 de novembro, Trump enviou carta pessoal a Herzog pedindo que use seus poderes presidenciais para conceder um indulto preventivo a Netanyahu.

"Embora eu absolutamente respeite a independência do sistema judiciário israelense e suas exigências, acredito que este 'caso' contra Bibi, que lutou ao meu lado por muito tempo, inclusive contra o Irã, um adversário muito difícil de Israel, é uma perseguição política e injustificada", argumentou Trump na correspondência.

Durante visita a Israel em outubro, Trump reforçou seu apoio a Netanyahu perante o parlamento israelense, pedindo publicamente que Herzog concedesse o indulto. Anteriormente, em junho, o ex-presidente americano já havia demandado nas suas redes sociais que o caso fosse arquivado, classificando o processo como "LOUCURA".

O gabinete de Herzog respondeu que "considerará sinceramente o pedido" de indulto, seguindo os procedimentos estabelecidos. Os documentos já foram encaminhados ao Departamento Jurídico do Gabinete e seguirão para o Departamento de Indultos do Ministério da Justiça.

Netanyahu mantém sua inocência perante todas as acusações, alegando que se trata de uma perseguição política liderada pela esquerda com o objetivo de derrubar um governo de direita democraticamente eleito.