México alerta Peru: invasão à embaixada em Lima seria violação grave
México alerta Peru sobre violação em embaixada

O governo mexicano elevou drasticamente o tom do conflito diplomático com o Peru nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025. A presidente Claudia Sheinbaum emitiu um alerta contundente: qualquer tentativa de invasão da embaixada mexicana em Lima seria considerada uma violação grave do direito internacional.

Asilo político acirra tensão bilateral

O epicentro da crise foi a concessão de asilo político à ex-primeira-ministra peruana Betssy Chávez pela embaixada mexicana em Lima. A medida desagradou profundamente o governo peruano, que mantém um mandado de prisão internacional contra Chávez.

Ela é acusada de envolvimento na tentativa de golpe liderada pelo ex-presidente Pedro Castillo em dezembro de 2022. Sheinbaum defendeu veementemente a decisão, afirmando que o direito de asilo de Chávez é protegido por tratados internacionais de direitos humanos.

Histórico recente preocupa diplomacia mexicana

A presidente mexicana lembrou o episódio traumático de abril de 2024, quando forças equatorianas invadiram a embaixada mexicana em Quito para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas. Na ocasião, o país rompeu relações diplomáticas com o Equador.

"Isso violaria todas as leis internacionais. Uma intervenção na embaixada estaria totalmente fora da legalidade", declarou Sheinbaum sobre a possibilidade de ação similar no Peru. Ela enfatizou que tal violação "seria muito grave" para as relações bilaterais.

Medidas retaliatórias e declaração de persona non grata

A tensão entre as nações vem escalando há semanas. No início de novembro, o Peru rompeu relações diplomáticas com o México, acusando interferência nos assuntos internos peruanos.

Posteriormente, o Congresso peruano aprovou uma moção declarando a presidente mexicana Claudia Sheinbaum "persona non grata". Os parlamentares alegaram que a líder mantém uma postura hostil em relação ao país desde que assumiu o cargo em outubro de 2024.

Apesar da escalada retórica, o primeiro-ministro peruano Ernesto Álvarez buscou acalmar os ânimos, declarando que o Peru "respeita o direito internacional" e a imunidade das embaixadas. A Chancelaria mexicana, por sua vez, afirmou ter recebido garantias formais de que sua sede em Lima não será violada.

Padrão regional de conflitos diplomáticos

Este caso reacende o histórico de confrontos diplomáticos do México na região envolvendo questões de asilo político. O país tem tradição de oferecer proteção a figuras políticas em situações delicadas, o que frequentemente gera atritos com governos de origem.

O episódio com o Equador em 2024 ainda é condenado internacionalmente e serve como alerta para as consequências de violações ao direito diplomático. Agora, todos os olhos se voltam para Lima, onde a comunidade internacional acompanha se o Peru seguirá o caminho do Equador ou buscará uma solução negociada para o impasse.