Militares assumem controle total do país africano
Nesta quarta-feira (26), oficiais das forças armadas da Guiné-Bissau anunciaram que assumiriam o controle total do país, em mais um capítulo da instabilidade política que marca a história da nação africana. A declaração ocorreu três dias após a realização de eleições legislativas e presidenciais no território.
Anúncio formal no quartel-general
O comunicado foi lido por militares no quartel-general do Exército localizado em Bissau, capital do país, conforme testemunhado por jornalistas da agência France-Presse presentes no local. Os representantes das forças armadas informaram a suspensão imediata do processo eleitoral em andamento e determinaram o fechamento de todas as fronteiras nacionais.
Horas antes do anúncio oficial, tiros foram ouvidos nas proximidades do palácio presidencial, enquanto homens vestindo uniformes militares tomavam conta da principal via de acesso ao edifício governamental. A situação gerou tensão e apreensão entre a população e observadores internacionais.
Histórico de instabilidade política
A Guiné-Bissau, uma das nações mais pobres do mundo, carrega um longo histórico de golpes de Estado e tentativas de tomada de poder desde que conquistou sua independência de Portugal em 1974. A luta pela independência foi liderada por Amílcar Lopes Cabral, importante líder anticolonial que se tornou símbolo da resistência africana.
A estátua de Amílcar Cabral em Bissau serve como permanente lembrete do passado revolucionário do país, que agora enfrenta novos desafios políticos. Esta última intervenção militar representa mais um episódio na sequência de instabilidade que impede o pleno desenvolvimento democrático da nação africana.