O chanceler alemão Friedrich Merz está novamente no centro de uma polêmica internacional após fazer comentários considerados inadequados sobre a culinária de outro país. Desta vez, o alvo das críticas foi Angola, onde Merz participou de uma cúpula entre líderes da União Europeia e da União Africana.
Nova gafe diplomática
Durante visita oficial a Hamburgo, no norte da Alemanha, nesta terça-feira (25), Merz declarou que não encontrou "um pedaço de pão decente" durante sua estadia em Luanda, capital angolana. A afirmação foi feita enquanto visitava uma padaria local.
"A gente percebe mesmo o quanto aprecia o pão alemão quando está no exterior", afirmou o político alemão, referindo-se especificamente ao seu desapontamento com o buffet de café da manhã do hotel em Luanda na manhã de segunda-feira (24).
Histórico de declarações polêmicas
Esta não é a primeira vez que Merz gera controvérsia com comentários sobre outros países. Há menos de duas semanas, o chanceler alemão já havia causado mal-estar nas relações com o Brasil ao afirmar, após visitar Belém para a COP30, que estava "contente de ir embora" da cidade amazônica.
As declarações sobre o Brasil provocaram fortes reações de políticos brasileiros e da oposição alemã. A situação chegou a tal ponto que Merz precisou se explicar pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião bilateral no G20, realizado na África do Sul no domingo (20).
Embora tenha dito a Lula que não quis ofender os brasileiros, o chanceler alemão não chegou a se desculpar formalmente pelas declarações.
Contexto das viagens
A sequência de eventos começou com a participação de Merz na cúpula do G20 na África do Sul, seguida pela visita a Angola para o encontro entre líderes europeus e africanos. A declaração mais recente sobre o pão angolano ocorre em um momento delicado para a diplomacia alemã.
No último dia 17, Merz havia feito outra afirmação questionável ao dizer a jornalistas: "Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão".
O padrão de comentários sobre países visitados em viagens oficiais começa a preocupar observadores diplomáticos, que veem risco de desgaste nas relações internacionais da Alemanha.