O chanceler alemão Friedrich Merz está no centro de uma nova controvérsia internacional após uma série de declarações consideradas inadequadas sobre o Brasil e Angola, causando mal-estar nas relações diplomáticas.
As declarações polêmicas sobre Belém e Angola
Friedrich Merz, durante discurso no Congresso Alemão do Comércio no dia 13 de novembro, afirmou que a Alemanha é um dos "países mais bonitos do mundo" e que todos os jornalistas que o acompanharam na COP30 em Belém ficaram felizes em deixar o Brasil.
"Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha", declarou o chanceler.
Mas as polêmicas não pararam por aí. Durante visita a uma padaria em Hamburgo, Merz comentou que não encontrou "pão decente" em Luanda, capital de Angola, onde participou de um encontro de cúpula entre União Europeia e União Africana.
Contexto diplomático e reações
As declarações ocorreram em um momento delicado das relações internacionais. Merz esteve em Belém para a COP30, onde participou de encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e anunciou a participação da Alemanha no Fundo Florestas Tropicais para Sempre.
O fundo é uma das principais apostas do governo brasileiro para financiar ações contra mudanças climáticas, com expectativa de arrecadar até US$ 125 bilhões no longo prazo.
As falas do chanceler alemão sobre Belém causaram indignação em autoridades brasileiras, que consideraram as declarações desrespeitosas em um momento de cooperação bilateral importante.
Histórico de gafes diplomáticas
Esta não é a primeira vez que Friedrich Merz gera controvérsia com suas declarações. O chanceler é conhecido por uma série de falas embaraçosas que já causaram mal-estar diplomático e críticas internas na Alemanha.
Em outubro, Merz fez comentários sobre imigrantes na Alemanha, referindo-se a eles como "problema de paisagem urbana" e sugerindo que a situação piorava "depois de escurecer", o que levou críticos a acusá-lo de racismo.
Em junho, o chanceler foi criticado internacionalmente ao afirmar que Israel faz o "trabalho sujo" para o Ocidente ao mirar o programa nuclear iraniano, rompendo com a tradição diplomática alemã.
Analistas políticos alemães relacionam essas declarações ao crescimento da popularidade da extrema-direita na Alemanha, sugerindo que as falas podem ser um aceno a esses grupos eleitorais.
As recentes declarações sobre Brasil e Angola colocam em risco avanços diplomáticos importantes e demonstram a sensibilidade necessária nas relações internacionais, especialmente em temas ambientais e de cooperação entre continentes.