O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não cumpriu o prazo estabelecido pelo mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, para abandonar o poder e deixar o país. Segundo informações da agência Reuters, o ultimato expirou na última sexta-feira, 28 de novembro de 2025, sem que o líder venezuelano atendesse à exigência.
As condições rejeitadas de Maduro
A exigência de Trump teria sido feita durante uma conversa telefônica entre os dois presidentes no dia 21 de novembro. Embora o republicano tenha confirmado a ligação, ele não revelou detalhes do conteúdo. De acordo com fontes da Reuters, Maduro apresentou uma série de condições para aceitar deixar a Venezuela.
Entre as exigências do venezuelano estavam a concessão de anistia para si e sua família, a remoção de todas as sanções econômicas impostas pelos EUA e o encerramento do processo contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI). Maduro também pediu o fim das sanções para mais de 100 funcionários de seu governo e que a vice-presidente Delcy Rodríguez comandasse um governo interino até a realização de novas eleições.
Trump rejeitou a maioria dessas solicitações e, em contrapartida, deu um prazo de uma semana para que Maduro partisse do país com destino à sua escolha, acompanhado de seus familiares. Esse prazo se encerrou sem o cumprimento da ordem.
Alerta sobre o espaço aéreo venezuelano
No sábado, 29 de novembro, um dia após o fim do prazo, Donald Trump usou sua rede social Truth Social para emitir um alerta severo. Ele orientou que "todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas considerem o FECHAMENTO TOTAL DO ESPAÇO AÉREO SOBRE E AO REDOR DA VENEZUELA".
Este alerta ocorre em um contexto de tensão crescente na aviação sobre o país caribenho. Poucos dias antes, o governo venezuelano havia revogado os direitos de operação de seis grandes companhias aéreas internacionais. A medida foi uma retaliação porque essas empresas não cumpriram um prazo de 48 horas para retomarem os voos no território nacional.
A decisão das companhias aéreas de evitar o espaço aéreo venezuelano, no entanto, segue uma orientação anterior da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). A agência americana recomendou que as aeronaves evitassem a rota devido ao "agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar" dentro e nos arredores da Venezuela.
Cenário de tensão e planos militares
A relação entre Washington e Caracas vive um de seus momentos mais críticos. No final de outubro, Trump revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, alimentando especulações em Caracas sobre um plano para derrubar Maduro.
Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou ao presidente americano diferentes opções de ação, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas, como pistas de pouso. A justificativa apresentada seria a existência de vínculos entre setores das Forças Armadas da Venezuela e o narcotráfico.
Há poucas semanas, militares americanos de alto escalão, incluindo o secretário de Defesa Pete Hegseth e o chefe do Estado-Maior Conjunto Dan Caine, apresentaram a Trump opções atualizadas de operações contra Caracas. Segundo a emissora CBS News, os planos incluíam a possibilidade de ataques por terra e contaram com informações fornecidas pela comunidade de Inteligência dos EUA.
O impasse continua, com Maduro permanecendo no poder e Trump intensificando a pressão através de alertas públicos e possíveis ações militares. A situação coloca a região do Caribe em um estado de alerta elevado, enquanto o mundo observa os desdobramentos desta crise política internacional.