O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou o palco da cúpula do G20 em Joanesburgo para responder às declarações polêmicas do chanceler alemão Friedrich Merz sobre Belém, sede da COP30. Durante coletiva de imprensa neste domingo, 23 de novembro, Lula não poupou críticas ao líder conservador alemão.
O encontro bilateral no G20
Os dois líderes se reuniram no sábado, 22 de novembro, durante a cúpula do G20 na África do Sul. O encontro ocorreu após a polêmica gerada por Merz, que ao deixar a COP30 em Belém declarou que sua comitiva estava feliz por retornar à Alemanha, "especialmente daquele lugar onde estávamos", em referência à capital paraense.
Lula foi direto ao ponto durante a coletiva: "Apenas contei uma história. Eu disse para ele que a nossa cabeça pensa onde os nossos pés pisam", revelou o presidente brasileiro sobre o conteúdo da conversa com o chanceler alemão.
A defesa de Belém e a crítica à "experiência política"
O petista foi incisivo ao analisar o comportamento do político da União Democrática Cristã durante sua estadia no Pará. Segundo Lula, Merz perdeu a oportunidade de vivenciar a cultura local ao não sair à noite, não experimentar pratos típicos como maniçoba e peixe filhote e não dançar carimbó.
"Ele veio para o Brasil, mas a cabeça dele ficou em Berlim. Ele não conseguiu conhecer Belém, e eu disse isso a ele", afirmou o presidente, acrescentando que o problema do chanceler alemão é de "experiência política".
Filosofia de viagem e próximo encontro
Lula contrastou a postura de Merz com sua própria abordagem ao visitar outros países: "Quando vou a Berlim, embora eu goste muito do Brasil, quando chego à Alemanha, eu como chucrute, como joelho de porco, como linguiça nas carrocinhas. Porque eu não vou viajar para outro país para ficar querendo comer feijoada".
O presidente ainda ironizou, dizendo que na próxima visita ao Brasil, o chanceler alemão "aprenderá a gostar do país". Os dois líderes só voltarão a se encontrar em Hannover, durante a maior feira de tecnologia industrial do mundo, em abril do próximo ano.
Lula finalizou com um desafio: "Vamos provar que nosso combustível emite menos CO2 que o combustível deles", demonstrando que a discussão sobre sustentabilidade e desenvolvimento continuará nos próximos encontros entre os dois países.
