Lukachenko oferece asilo a Maduro se ele deixar poder, em meio a tensões EUA-Venezuela
Lukachenko oferece asilo a Maduro em troca de saída do poder

O ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko, afirmou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, será recebido em seu país caso decida abandonar o cargo. A declaração foi dada em entrevista ao canal norte-americano Newsmax, embora Lukachenko tenha ressaltado que não houve nenhuma conversa direta com Maduro sobre o assunto.

Cenário de Tensão no Caribe

A oferta do líder bielorrusso surge em um momento de alta escalada nas tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. O governo americano tem aumentado sua presença militar no sul do Caribe e realizado ataques a embarcações que suspeita estarem ligadas ao narcotráfico.

O presidente Donald Trump tem sido vocal sobre a possibilidade de uma intervenção mais direta, mencionando repetidamente que operações terrestres podem começar em breve no território venezuelano. Na última sexta-feira, ele reafirmou que os EUA conduzirão ataques em solo contra alvos relacionados ao tráfico de drogas.

"Não são apenas ataques na Venezuela, são ataques a pessoas horríveis que estão trazendo drogas e matando o nosso povo", declarou Trump.

Resposta Venezuelana e Interesses em Jogo

O regime de Maduro rebate as acusações e alega que o verdadeiro objetivo dos Estados Unidos é provocar sua queda para assumir o controle das vastas reservas de petróleo do país. A retórica se intensificou após um episódio concreto na última semana.

Tropas americanas capturaram um navio que transportava petróleo venezuelano em águas próximas à Venezuela. Maduro condenou veementemente a apreensão, classificando-a como mais um ato de agressão. Este evento é visto como o capítulo mais recente na escalada de hostilidades entre Washington e Caracas.

Libertação de Prisioneiros e a Diplomacia com Belarus

Paralelamente, a relação entre Trump e Lukachenko passou por um novo desenvolvimento. A Belarus libertou 123 prisioneiros, incluindo figuras de destaque como Ales Bialiatski, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2022, e a líder oposicionista Maria Kalesnikava.

A libertação ocorreu após dois dias de negociações com um enviado do presidente americano. Esta foi a maior ação do tipo ordenada por Lukachenko desde o início das conversas com o governo Trump neste ano. O ditador bielorrusso é um aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin.

Enquanto isso, do lado americano, Trump assinou um decreto que equipara o fentanil a uma arma de destruição em massa. A medida abre caminho para o uso das Forças Armadas no combate ao tráfico e cita 'terroristas estrangeiros'. O documento argumenta que o opioide, quando distribuído ilegalmente, se assemelha mais a uma arma química do que a um narcótico.

O cenário permanece instável, com a Venezuela continuando a fortalecer suas forças militares diante das ameaças externas, e a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos dessa crise geopolítica.