A Universidade Harvard, uma das instituições de ensino mais prestigiadas dos Estados Unidos, iniciou oficialmente uma investigação interna para apurar as conexões entre pessoas vinculadas à universidade e o financista Jeffrey Epstein, condenado por exploração sexual de menores.
Investigação abrange ex-reitor
Entre os investigados está Larry Summers, que dirigiu Harvard entre 2001 e 2006. A decisão da universidade foi anunciada na terça-feira, 18 de novembro de 2025, uma semana após a Câmara dos Deputados americana divulgar milhares de documentos relacionados a Epstein.
Jason Newton, porta-voz de Harvard, confirmou através de comunicado à Reuters que a universidade está conduzindo uma revisão das informações referentes a indivíduos em Harvard incluídas nos documentos recentemente divulgados sobre Jeffrey Epstein.
E-mails comprometedores
Os documentos divulgados pelo Congresso incluem correspondências pessoais entre Epstein e Summers. Em uma das mensagens, o ex-reitor questionava por que a elite americana considerava irrelevante para admissão em Harvard casos de violência infantil, mas punia assédios sexuais ocorridos anos antes.
Summers se manifestou através do jornal Harvard Crimson, declarando: "Tenho grandes arrependimentos na minha vida. Como já disse antes, minha associação com Jeffrey Epstein foi um grande erro de julgamento".
Consequências imediatas
O escândalo já teve impactos concretos na carreira de Summers. Na segunda-feira, 17 de novembro, o economista anunciou que se afastaria da vida pública, renunciando inclusive à sua cadeira no conselho da OpenAI, empresa desenvolvedora do ChatGPT.
Esta não é a primeira vez que Summers enfrenta controvérsias em Harvard. Ele renunciou ao reitorado em 2006 após a repercussão de comentários considerados sexistas.
O caso Epstein continua reverberando na política americana, com o presidente Donald Trump instruindo a procuradora-geral Pam Bondi a investigar democratas citados nos arquivos, mesmo sendo ele próprio mencionado em e-mails do criminoso sexual em 2019.