Eurovision 2025: Boicote a Israel por guerra em Gaza ameaça festival
Eurovision: boicote a Israel por guerra em Gaza divide festival

O Festival Eurovision, um dos maiores eventos musicais do mundo, enfrenta uma crise sem precedentes devido ao conflito em Gaza. Nesta quinta-feira, 04 de dezembro de 2025, a organização do concurso se reúne para decidir um dos assuntos mais delicados de sua história: a possível exclusão de Israel da competição no próximo ano.

Países anunciam boicote e ameaçam saída

A tensão aumentou nas últimas semanas com o anúncio público de boicote por parte de nações participantes. Espanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovênia declararam que não participarão do Eurovision caso Israel seja mantido no evento. As emissoras públicas desses países criticam Israel por, segundo elas, desrespeitar as regras de neutralidade do festival e citam o alto número de mortes em Gaza como motivo principal para a retirada.

A emissora holandesa Avrotros mencionou especificamente uma “grave violação da liberdade de imprensa” em Gaza. Já na Islândia, a RUV afirmou que fará pressão pela expulsão de Israel antes de decidir sobre sua própria participação. Em Madrid, o presidente da RTVE, José Pablo López, acusou o regime israelense de fazer uso político do concurso e tentar influenciar resultados sem punição.

Alemanha se posiciona contra a exclusão

Em um movimento contrário, a Alemanha, uma das principais apoiadoras financeiras do Eurovision, adotou uma postura firme em defesa da participação israelense. Autoridades alemãs afirmaram que o país não irá participar do festival se Israel for barrado. Este posicionamento reflete a divisão profunda que o tema causou não só entre as nações, mas também entre o público global, que debate fervorosamente o assunto nas redes sociais.

As autoridades israelenses, por sua vez, não responderam diretamente às acusações das emissoras europeias, mas argumentam que o país é vítima de uma campanha global de difamação.

Reunião decisiva e novas regras em debate

A reunião marcada para hoje vai além da questão da participação israelense. Ela também discutirá a implementação de novas regras para limitar a promoção excessiva de canções por governos e terceiros, com o objetivo de influenciar votos. Isso ocorre após alegações de que Israel teria impulsionado injustamente seu concorrente na edição de 2025.

Caso os membros da União Europeia de Radiodifusão (EBU) não cheguem a um acordo sobre as medidas, a participação de Israel será automaticamente vetada. A decisão promete abalar o festival, que desde 1956 se consolidou como um fenômeno de audiência, alcançando mais de 160 milhões de telespectadores – número superior ao do Super Bowl americano.

O impasse coloca em xeque o próprio espírito do Eurovision, criado para unir países através da música, mas que agora se vê no centro de um complexo conflito geopolítico. O resultado da reunião de hoje definirá o rumo do festival em 2025 e pode marcar um capítulo histórico na trajetória do evento.