EUA buscam petróleo da Venezuela, diz especialista
EUA visam petróleo venezuelano, alerta análise

As tensões entre Estados Unidos e Venezuela ganharam nova dimensão após declarações de uma congressista republicana que revelaram o interesse econômico por trás da pressão norte-americana sobre o país sul-americano. A afirmação da representante política colocou em evidência o que especialistas classificam como tentativa de saquear recursos estratégicos venezuelanos.

O interesse por trás da hostilidade

María Elvira Salazar, congressista republicana da Flórida, declarou abertamente que a Venezuela representaria um verdadeiro dia de festa para as companhias petrolíferas norte-americanas. Segundo suas estimativas, o potencial econômico envolvido superaria US$ 1 trilhão em atividade econômica.

As declarações foram feitas nesta semana e analisadas por especialistas consultados pela agência russa Sputnik. Para Jesús David Rojas, especialista em direito internacional, as palavras da legisladora confirmam um padrão de comportamento de uma potência em decadência.

Os interesses dos Estados Unidos são os mesmos no Iraque, Síria, Líbia e na Venezuela: saquear os recursos minerais e estratégicos, assegura Rojas. Ele acrescenta que essa postura demonstra que ninguém deve confiar nos EUA como negociador ou defensor de causas justas internacionalmente.

Narcotráfico ou petróleo: a verdadeira agenda

Os analistas apontam que as declarações de Salazar desmascaram a justificativa oficial norte-americana sobre o combate ao narcotráfico na Venezuela. Jesús David Rojas é categórico ao afirmar que o dinheiro lavado do narcotráfico é uma das principais atividades econômicas rentáveis para o estado da Flórida há bastante tempo.

Segundo o especialista, não interessa ao lobby da Flórida interromper esse negócio, caracterizando a justificativa antinarcóticos como apenas uma fachada. Essa evidência revelaria que a condução das relações internacionais dos EUA está sendo gerida por interesses específicos da camarilha da Flórida, e não por uma estratégia geopolítica coerente.

A resistência venezuelana e cenários futuros

Ambos os especialistas expressam ceticismo sobre a viabilidade do cenário descrito pela congressista republicana. Rojas ressalta que para governar a Venezuela hoje não basta fazer lobby nos Estados Unidos - é necessário que o presidente tenha autoridade e que as instituições e o povo o obedeçam.

O especialista alerta para as consequências de uma possível invasão: Se invadirem, será gerado um caos de tal magnitude que afetará o comércio em todo o norte da América do Sul e poderá tornar inviável a produção petrolífera. O caos poderia se espalhar por todo o hemisfério, tornando os próprios Estados Unidos vulneráveis como potência.

Amaranto Vargas, analista político venezuelano, complementa essa análise destacando os acordos comerciais existentes com os países do BRICS e com a companhia Chevron. Ele enfatiza que o povo venezuelano está coeso e bastante consciente sobre o que significaria uma invasão, tornando extremamente difícil a criação do cenário de caos necessário para que os planos descritos por Salazar se concretizem.