EUA reexaminam green cards após ataque de afegão em Washington
EUA reexaminam green cards após ataque em Washington

Os Estados Unidos iniciaram uma revisão completa de todos os processos de imigração após um ataque a tiros que deixou dois soldados da Guarda Nacional gravemente feridos na capital americana. O incidente, envolvendo um imigrante afegão, levou o governo Trump a tomar medidas drásticas na política migratória.

Medidas imediatas após o ataque

Nesta quinta-feira (27), o diretor dos serviços de imigração e cidadão dos EUA, Joseph Edlow, anunciou que ordenou um reexame completo de todas as documentações já existentes de estrangeiros. A decisão foi tomada "sob direção do presidente" Donald Trump, que classificou o tiroteio próximo à Casa Branca como "um ato de terrorismo".

Na noite anterior, o órgão já havia suspendido o processamento de todos os pedidos de imigração relacionados a cidadãos do Afeganistão. O presidente Trump foi enfático ao declarar: "Devemos tomar todas as medidas necessárias para garantir a expulsão de qualquer estrangeiro de qualquer país que não pertença aqui ou que não traga benefícios para o nosso país".

O suspeito e as acusações

O autor do ataque foi identificado como Rahmanullah Lakanwal, de 29 anos, que trabalhou com a CIA no Afeganistão antes de chegar aos EUA em 2021. Segundo as autoridades, o afegano morava no estado de Washington e chegou de carro ao local do tiroteio.

A secretária de Justiça americana, Pam Bondi, afirmou que buscará a pena de morte para o suspeito. Ele enfrenta acusações de agressão com intenção de matar, e se algum dos dois militares feridos morrer, as acusações serão ampliadas para homicídio doloso.

"Ele escolheu o alvo errado, a cidade errada e o país errado", declarou a promotora Jeanine Pirro, responsável pelo caso na capital americana.

Disputa política sobre imigração

O incidente gerou uma intensa troca de acusações entre representantes dos governos Trump e Biden. O diretor do FBI, Kash Patel, afirmou que o governo Biden não realizou verificações adequadas dos antecedentes de Lakanwal antes de permitir sua entrada nos EUA em 2021.

No entanto, documentos obtidos pela Reuters revelam que o suspeito recebeu asilo neste ano, já sob o governo Trump. Ele solicitou asilo em dezembro de 2024 e foi aprovado em 23 de abril deste ano, três meses após Trump assumir o cargo.

O programa Operation Allies Welcome, que permitiu a entrada de mais de 70 mil cidadãos afegãos nos EUA, foi elaborado com procedimentos de verificação por agências de contraterrorismo e inteligência. Porém, a natureza apressada das evacuações levou críticos a questionar a eficiência das triagens.

Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, culpou as "políticas perigosas de Joe Biden" pelo incidente, demonstrando como o caso se tornou mais uma peça na narrativa anti-imigração do governo atual.