Os Estados Unidos intensificaram dramaticamente a pressão sobre o governo venezuelano ao oferecer ao presidente Nicolás Maduro a opção de exílio na Rússia ou em outro país. A revelação foi feita neste domingo (30) por um senador americano, em meio ao aumento significativo da presença militar norte-americana nas proximidades da Venezuela.
Oferta de exílio e ameaças crescentes
O republicano Markwayne Mullin, membro do Comitê das Forças Armadas do Senado dos EUA, declarou à CNN que o governo americano deu a Maduro a oportunidade de deixar o poder. "Aliás, demos a Maduro a oportunidade de sair", afirmou o senador. "Dissemos que ele poderia ir para a Rússia ou outro país."
As declarações ocorrem após o presidente Donald Trump ter advertido no sábado que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado fechado enquanto as forças armadas americanas mantivessem uma presença significativa na região. Embora Trump não tenha ameaçado publicamente usar força contra Maduro, ele declarou nos últimos dias que os esforços para deter o narcotráfico venezuelano "por terra" começariam "muito em breve".
Presença militar e negociações secretas
Segundo sites de rastreamento de aeronaves, aviões de combate americanos têm realizado atividades constantes a apenas algumas dezenas de quilômetros da costa venezuelana nos últimos dias. Desde setembro, os Estados Unidos lançaram bombardeios contra supostas embarcações de narcotraficantes no mar do Caribe e no oceano Pacífico oriental, com saldo de pelo menos 83 mortos.
Washington alega que Maduro lidera um suposto cartel de drogas, acusação que o líder venezuelano nega veementemente. Maduro acusa Washington de recorrer a um pretexto para derrubá-lo, provocar uma mudança de regime na Venezuela e se apoderar das reservas de petróleo do país.
Em resposta às ameaças, o governo venezuelano ordenou no sábado manobras militares na costa do país como demonstração de força.
Diálogo secreto e desmentidos
O The New York Times revelou que Trump e Maduro haviam conversado recentemente por telefone sobre uma possível reunião nos Estados Unidos. Trump confirmou a conversa neste domingo, sem fornecer detalhes específicos sobre o conteúdo das discussões.
Quando questionado se Trump planejava atacar a Venezuela, o senador Mullin foi categórico: "Não, ele deixou muito claro que não vamos enviar tropas para a Venezuela. O que estamos tentando é proteger nossas próprias costas".
A situação permanece extremamente tensa, com ambos os lados demonstrando determinação em suas posições enquanto mantêm canais de comunicação abertos em segredo.