EUA e Ucrânia avançam em acordo de paz com mudanças no plano original
EUA e Ucrânia avançam em acordo de paz

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta terça-feira (25) que seu governo está preparado para avançar com um acordo de paz apoiado pelos Estados Unidos. A declaração marca um momento crucial nas negociações para encerrar o conflito com a Rússia.

Discurso para aliados europeus

Em pronunciamento para a Coalizão dos Dispostos, que reúne os aliados europeus da Ucrânia, Zelensky afirmou que está disposto a discutir os pontos mais sensíveis da proposta diretamente com o presidente americano, Donald Trump, em conjunto com o grupo. O líder ucraniano ainda pediu que os aliados elaborem um plano para o envio de uma "força de apoio" e continuem apoiando Kiev enquanto Moscou não demonstrar vontade de pôr fim à guerra.

Após o encontro, o presidente francês Emmanuel Macron revelou que os países da União Europeia irão trabalhar em uma solução para financiar a Ucrânia usando os ativos russos que foram congelados pelo bloco. "Precisamos de uma paz séria, que respeite o direito internacional", declarou Macron.

Reações internacionais e apoio militar

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, confirmou que o país irá entregar mais mísseis de defesa aérea à Ucrânia nas próximas semanas. Enquanto isso, Trump demonstrou otimismo durante cerimônia na Casa Branca: "Acho que estamos muito perto de um acordo sobre a Ucrânia".

Na segunda-feira (24), Trump já havia indicado nas redes sociais que um "grande progresso" foi feito nas negociações pelo fim da guerra ocorridas em Genebra no fim de semana. Diversos líderes europeus seguiram a mesma linha após as tratativas que geraram mudanças significativas no plano de paz original.

Pontos críticos das negociações

Zelensky reconheceu que "passos importantes" foram dados em reunião com autoridades americanas, mas alertou que ainda há muito por fazer. Em discurso ao parlamento da Suécia, o presidente ucraniano descreveu este como "um momento crítico" e identificou a cessão territorial como o principal problema atual.

A Rússia exige anexar a região de Donbass, no leste da Ucrânia, que inclui os estados de Donetsk e Luhansk. Zelensky foi enfático ao afirmar que Putin quer "o reconhecimento legal do que roubou", o que representaria uma violação do princípio de integridade territorial e soberania.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, classificou o progresso nas negociações como "tremendo" e descreveu a proposta de paz de 28 pontos sugerida pelos EUA como um "documento vivo e em evolução".

Mudanças no plano original

A rodada de negociações do fim de semana foi provocada pelo plano de paz americano e um ultimato de Trump para que Zelensky aceitasse a proposta até quinta-feira (27). A versão original do plano dos EUA, vazada na semana passada, continha termos considerados favoráveis à Rússia por especialistas.

Entre as condições criticadas estavam o reconhecimento oficial dos territórios ucranianos controlados por tropas russas como pertencentes à Rússia e a limitação do tamanho do exército ucraniano.

Os aliados europeus apresentaram uma contraproposta de 24 pontos que reduziria algumas concessões territoriais e manteria a capacidade da Ucrânia se defender de novos ataques. A Alemanha confirmou que a proibição de entrada da Ucrânia na Otan foi removida do plano original.

Enquanto isso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia ainda não foi informada sobre o resultado das negociações entre EUA, Ucrânia e europeus.