Decisão histórica no Congresso americano
O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, um projeto de lei que determina a liberação completa de todos os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. O bilionário foi acusado de tráfico sexual de adolescentes e cometeu suicídio na prisão em 2019.
Votação expressiva na Câmara
O placar final foi de 427 votos a favor e apenas 1 contra, com cinco membros ausentes na Câmara dos Representantes. O deputado republicano Clay Higgins, da Louisiana, foi o único a votar contra a medida. Enquanto isso, o Senado aprovou o envio direto da matéria para a mesa de Donald Trump, sem necessidade de votação adicional quando o texto chegar à Casa.
Mudança radical de Trump
Às vésperas da votação, Donald Trump deu um giro de 180 graus em sua posição sobre o caso. O líder americano instruiu os deputados republicanos no Congresso a votarem a favor da lei, uma reviravolta surpreendente para quem passou meses evitando o assunto.
Em publicação na Truth Social, rede social da qual é proprietário, Trump declarou: "Os republicanos da Câmara devem votar pela divulgação dos arquivos de Epstein porque não temos nada a esconder". Ele acrescentou que era "tempo de ultrapassarmos esta farsa democrata perpetrada por lunáticos da esquerda radical".
Relação entre Trump e Epstein
A conexão entre os dois é antiga e bem documentada. Eles faziam parte dos mesmos círculos sociais de elite em Nova York e Flórida. Em entrevista à revista New York em 2002, Trump descreveu Epstein como "fantástico" e "muito divertido de se estar por perto".
Na mesma entrevista, Trump revelou que conhecia Epstein havia 15 anos e fez uma declaração que hoje soa profética: "Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem".
Documentos recentes aumentam pressão
Um lote de documentos divulgado na semana passada incluía trocas de e-mails onde Epstein citava o líder americano. Entre as revelações estava uma conversa em que o bilionário afirmava que Trump passou "horas" com uma das vítimas.
Na segunda-feira, 17 de novembro, durante pronunciamento no Salão Oval, Trump voltou a abordar o assunto. Ele afirmou que não queria que o escândalo sexual de Epstein "desviasse a atenção" das conquistas do seu governo e classificou os e-mails que indicam seu conhecimento dos abusos como uma "farsa".
Histórico do caso Epstein
Jeffrey Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza - incluindo o príncipe Andrew - e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia.
Epstein foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após ser preso. Sua morte gerou inúmeras teorias da conspiração e questionamentos sobre a segurança nas prisões federais americanas.
Promessa de campanha cumprida?
Como promessa de campanha, Trump havia dito que liberaria os documentos relacionados ao caso se retornasse à Casa Branca. Em janeiro, quando o republicano publicou arquivos sobre a investigação, houve insatisfação pois as informações divulgadas já eram conhecidas.
O presidente americano chegou a ser alvo de teorias conspiratórias dentro de sua própria base política, a MAGA, que sugeriam que ele estava em uma lista secreta de pessoas que se beneficiavam do esquema de Epstein.
Consequências e próximos passos
A aprovação do projeto de lei representa um marco na busca por transparência no caso Epstein. A liberação completa dos arquivos pode revelar novos detalhes sobre a extensão da rede de abusos e a identidade de outros envolvidos.
Trump finalizou suas declarações aos repórteres com um apelo: "Vamos dar tudo a eles. Deixem o Senado analisar, deixem qualquer um analisar, mas não falem muito sobre isso, porque, sinceramente, não quero que nos tirem isso".
O mundo agora aguarda para ver quais segredos os arquivos completos de Epstein revelarão sobre um dos maiores escândalos sexuais da história recente.