Câmara dos EUA aprova por 427 votos a 1 divulgação de arquivos de Epstein
EUA aprovam divulgação de arquivos de Epstein por 427 a 1

Quase unanimidade na Câmara dos EUA por transparência no caso Epstein

Em uma decisão histórica, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou com esmagadora maioria o projeto de lei que determina a liberação completa de todos os documentos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. A votação ocorreu nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, e registrou um placar final de 427 votos a favor e apenas 1 contra, com cinco parlamentares ausentes.

O único voto contra e a reviravolta de Trump

O republicano Clay Higgins, representante do estado da Louisiana, foi o único congressista a votar contra a medida. A quase unanimidade ocorreu após uma significativa mudança de posição do ex-presidente Donald Trump, que nas vésperas da votação instruiu os republicanos na Câmara a apoiarem a lei.

Esta representou uma reviravolta completa na postura de Trump, que durante meses evitou o assunto enquanto evidências sobre sua amizade com Epstein continuavam surgindo. Documentos divulgados na semana passada incluíam trocas de e-mails onde Epstein mencionava o líder americano, incluindo uma conversa em que o financista afirmava que Trump passou "horas" com uma das vítimas.

Em publicação na Truth Social, sua rede social, Trump justificou: "Os republicanos da Câmara devem votar pela divulgação dos arquivos de Epstein porque não temos nada a esconder. E é tempo de ultrapassarmos esta farsa democrata perpetrada por lunáticos da esquerda radical".

Histórico da relação Trump-Epstein

A conexão entre Donald Trump e Jeffrey Epstein remonta aos círculos sociais de elite de Nova York e Flórida. Em entrevista à revista New York em 2002, Trump descreveu Epstein como "fantástico" e "muito divertido de se estar por perto", acrescentando que se conheciam há 15 anos e que "dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem".

Epstein, que convivia com milionários de Wall Street, membros da realeza - incluindo o príncipe Andrew - e celebridades, confessou-se culpado por exploração sexual de menores em 2008. As acusações que levaram à sua prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. O bilionário foi encontrado morto por enforcamento na prisão pouco mais de um mês após ser detido.

Como promessa de campanha, Trump havia se comprometido a liberar os documentos relacionados ao caso se retornasse à Casa Branca. Entretanto, quando arquivos foram divulgados em janeiro, causaram insatisfação por conterem informações já conhecidas. O presidente chegou a ser alvo de teorias conspiratórias dentro de sua base política, o movimento MAGA, que especulava sobre sua possível inclusão em uma lista secreta de beneficiários do esquema de Epstein.

Em setembro, democratas da Câmara divulgaram uma suposta carta de Trump para Epstein - um desenho de uma mulher nua com mensagens insinuantes, parte de um álbum de aniversário organizado para o financista em 2003. Trump negou a autenticidade do documento.