Coreia do Norte acusa EUA e Coreia do Sul de provocar 'efeito dominó nuclear'
Coreia do Norte acusa EUA e Coreia do Sul de provocar crise

A Coreia do Norte emitiu um forte alerta nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, acusando os Estados Unidos e a Coreia do Sul de desencadearem um perigoso efeito dominó nuclear na região asiática. A declaração ocorre como resposta direta ao recente acordo de cooperação militar firmado entre Washington e Seul.

Acordo militar gera tensão nuclear

De acordo com informações divulgadas pela agência estatal norte-coreana KCNA, o regime de Kim Jong-un considera que o pacto anunciado na última sexta-feira, 14 de novembro, explicitou a ambição de longa data de Seul em possuir armas nucleares. O acordo inclui o desenvolvimento conjunto de submarinos de propulsão nuclear e o compromisso de desarmar o arsenal atômico de Pyongyang.

O comunicado oficial da Coreia do Norte foi contundente: A posse de submarinos nucleares pela Coreia do Sul é uma manobra estratégica para a sua própria militarização nuclear, o que certamente provocará um efeito dominó nuclear na região e desencadeará uma acirrada corrida armamentista.

Resposta sul-coreana e exercícios militares

Em resposta às acusações, a porta-voz do gabinete presidencial sul-coreano, Kan Yu-jung, se manifestou nesta terça-feira, garantindo que Seul não tem intenções hostis em relação ao vizinho do norte. Ela enfatizou que os acordos com os Estados Unidos têm como único objetivo proteger os interesses de segurança nacional do país.

O presidente sul-coreano Lee Jae Myung defendeu o desenvolvimento das embarcações nucleares como fundamental para a segurança regional, classificando-as como salvaguarda e dissuasão contra as forças navais da China e da Coreia do Norte, que também busca construir seus próprios submarinos nucleares.

Tentativas de diálogo e silêncio norte-coreano

As tensões foram amplificadas por uma série de exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington realizados na última semana, interpretados por Pyongyang como ameaça direta à sua segurança.

Em meio à crise, a Coreia do Sul fez uma movimentação diplomática significativa na segunda-feira, 17 de novembro, propondo pela primeira vez em sete anos a possibilidade de negociações militares com o norte. A iniciativa buscava evitar confrontos na fronteira entre as Coreias, mas não obteve resposta de Pyongyang.

O interesse em retomar o diálogo também partiu do presidente americano Donald Trump, que nas últimas semanas demonstrou disposição para conversar com o regime de Kim Jong-un, igualmente sem receber qualquer sinal positivo em retorno.

O impasse diplomático e as recentes acusações sugerem que a tensão na península coreana deve permanecer elevada nos próximos dias, com possíveis implicações para a estabilidade geopolítica de toda a região asiática.