ONU aprova plano de Trump para Gaza com 13 votos a favor
Conselho de Segurança da ONU aprova plano para Gaza

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira, 17 de novembro de 2025, um plano histórico apresentado pelo presidente americano Donald Trump para a Faixa de Gaza. A decisão representa um marco significativo nos esforços para resolver o conflito entre Israel e Hamas.

Votação e apoio internacional

A medida foi aprovada por 13 votos a favor, nenhum contra e duas abstenções - da Rússia e da China. O texto, elaborado pelos Estados Unidos, baseia-se no plano de 20 pontos do republicano, originalmente apresentado em setembro.

O resultado da votação demonstra um amplo apoio internacional à iniciativa americana, embora as abstenções de duas potências globais como Rússia e China indiquem reservas significativas sobre alguns aspectos da proposta.

Principais pontos do plano de paz

O plano prevê a criação de um Conselho de Paz (BoP) para governar o enclave palestino por um período de dois anos. Este órgão seria composto por líderes internacionais e teria como principais responsabilidades:

  • Supervisionar a desmilitarização do grupo militante Hamas
  • Coordenar a reconstrução do território devastado pela guerra
  • Administrar Gaza com apoio de forças internacionais
  • Capacitar uma polícia palestina treinada pelo Egito

O documento também estabelece uma Força Internacional de Estabilização (ISF) temporária em Gaza, que seria mobilizada sob comando unificado. Esta força atuaria em constante contato com Egito e Israel.

Reações e controvérsias

O Hamas já classificou o projeto como "perigoso" e uma "tentativa de submeter a Faixa de Gaza à autoridade internacional". O grupo radical rejeitou categoricamente o desarmamento de Gaza ou qualquer cláusula que impedisse "o direito de resistência do povo palestino".

Do lado israelense, a proposta de Trump é rejeitada por membros da coalizão de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A ala linha-dura defende a continuação da guerra - atualmente em suspenso desde outubro devido a um acordo de cessar-fogo - até a tomada de controle total de Gaza e a eliminação completa do Hamas.

Em declaração no domingo, 16 de novembro, Netanyahu reafirmou sua oposição a um Estado palestino em qualquer território a oeste do rio Jordão, posição que permanece "válida, existente e não mudou em nada".

Desafios de implementação

A implementação do plano enfrenta obstáculos significativos, especialmente no que diz respeito à desmilitarização. Não há um cronograma definido para este processo, que dependeria essencialmente da cooperação do Hamas em entregar suas armas.

Há especulações sobre quais países contribuiriam na ISF, com Indonésia, Turquia e Egito sendo mencionados como possíveis participantes, mas nenhuma confirmação oficial foi divulgada.

Enquanto as forças internacionais estabelecem "controle e estabilidade", os soldados israelenses se retirariam de Gaza "com base em padrões, marcos e prazos vinculados à desmilitarização".

O rascunho mais recente da resolução menciona a possível fundação do Estado da Palestina, uma proposta rejeitada por Israel, mas apoiada por mais de 140 países. Esta questão continua sendo um dos pontos mais sensíveis e divisivos do processo de paz.