O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (17) uma resolução histórica que endossa o plano de paz do presidente americano Donald Trump para a Faixa de Gaza. A medida autoriza o envio de uma força internacional de estabilização para o território palestino.
Detalhes da resolução aprovada
O documento final, conforme revelado pela agência Reuters, estabelece que os Estados-membros da ONU podem participar do chamado Conselho de Paz. Esta instância será responsável por atuar como autoridade transitória para reconstruir Gaza após anos de conflito.
A resolução também autoriza explicitamente uma força internacional para desmilitarizar o território, um ponto crucial para garantir a segurança na região. O plano de 20 pontos de Trump, que conseguiu interromper a guerra em Gaza no mês passado, foi anexado integralmente ao documento aprovado.
Contexto político e pressões
Nos dias que antecederam a votação, Washington exerceu forte pressão sobre o Conselho de Segurança, argumentando que a rejeição da resolução poderia colapsar o frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas. A aprovação era considerada incerta até a semana passada, especialmente devido à possibilidade de veto da Rússia e China.
Para ser aprovada, a resolução precisava do voto favorável de nove dos quinze membros do conselho, incluindo todos os cinco membros permanentes. A Rússia havia sinalizado oposição à medida e chegou a apresentar uma proposta rival, mas mudou sua posição após manifestação de apoio da Autoridade Palestina.
Reações e controvérsias
A resolução gera divisões em Israel por mencionar a possibilidade de um Estado palestino no futuro. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, pressionado por setores ultranacionalistas de seu governo, reafirmou no domingo (16) que Israel continua se opondo à medida.
Netanyahu prometeu desmilitarizar Gaza "pelo caminho fácil ou pelo difícil", demonstrando a tensão que persiste mesmo após a aprovação da resolução. Por outro lado, o Hamas condiciona o desarmamento à criação de um Estado palestino.
No final de domingo, um movimento que reúne facções palestinas lideradas pelo grupo terrorista emitiu declaração contra a resolução, classificando-a como passo perigoso rumo à imposição de tutela estrangeira sobre o território.
A resolução é vista como forma de marginalizar a Autoridade Palestina, que tradicionalmente representa o território em organismos internacionais, uma vez que não lhe confere qualquer papel específico em Gaza.