O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, emitiu um alerta grave sobre o estado das relações com a Coreia do Norte, classificando o momento atual como "muito perigoso" e admitindo que um confronto acidental pode ser desencadeado a qualquer instante.
Momento crítico nas relações entre as Coreias
As declarações do líder sul-coreano foram divulgadas pela agência de notícias estatal Yonhap na última segunda-feira, 24 de novembro de 2025. Lee Jae Myung fez essas observações preocupantes enquanto estava na África do Sul, onde participava de uma cúpula do G20, momentos antes de embarcar para a Turquia, etapa final de sua viagem internacional.
O presidente descreveu um cenário onde "as relações entre as Coreias se tornaram muito hostis e conflituosas". Ele destacou a ausência de um nível básico de confiança entre as nações, o que estaria levando a Coreia do Norte a adotar um comportamento extremo que preocupa Seul.
Medidas de contenção e falta de diálogo
Em uma tentativa de reduzir as tensões, no dia 17 de novembro, o governo sul-coreano propôs conversas para estabelecer uma linha clara que demarcasse as fronteiras na zona desmilitarizada (DMZ). O objetivo principal seria evitar possíveis conflitos armados na região que dividiu os países desde o armistício pós-guerra civil dos anos 1950.
No entanto, Pyongyang não respondeu aos pedidos de diálogo. Pior ainda, de acordo com Lee, o regime norte-coreano vem instalando cercas de arame farpado ao longo da fronteira, uma prática que não era observada desde a década de 1950.
A situação se agrava com as frequentes incursões de soldados norte-coreanos através da fronteira. Somente neste ano, mais de 10 incidentes deste tipo foram registrados. Em várias ocasiões, as forças militares sul-coreanas precisaram responder com tiros de advertência, seguindo os protocolos de segurança estabelecidos.
Exercícios militares e perspectivas de paz
Lee Jae Myung reconheceu que a conquista da paz entre Seul e Pyongyang representa um esforço de longo prazo. Ele sugeriu que, quando essa paz for finalmente alcançada, seria melhor que a Coreia do Sul e os Estados Unidos interrompessem os exercícios militares conjuntos.
Essas manobras de treinamento são alvo constante de críticas por parte da Coreia do Norte, que as descreve como "ensaios para uma guerra nuclear" contra seu território. Atualmente, há aproximadamente 28.500 soldados americanos e sistemas de armas estacionados na Coreia do Sul.
Além da presença militar, Seul também anunciou uma parceria estratégica com Washington para o desenvolvimento de submarinos nucleares. Esses equipamentos são considerados fundamentais para a manutenção da segurança na região, funcionando como ferramentas de salvaguarda e dissuasão contra possíveis ameaças da Coreia do Norte e da China.
O cenário atual apresenta um delicado equilíbrio onde qualquer incidente menor pode escalar rapidamente para um conflito de maiores proporções, mantendo a península coreana em estado de alerta constante.
