O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy sofreu mais um revés judicial nesta terça-feira, 26 de novembro de 2025. O mais alto tribunal da França, a Corte de Cassação, confirmou a condenação do político por financiamento ilegal de campanha durante sua tentativa de reeleição em 2012.
Detalhes da condenação
A sentença original de 2024 foi mantida integralmente, determinando pena de um ano de prisão, sendo que seis meses devem ser cumpridos obrigatoriamente em regime fechado. A defesa de Sarkozy emitiu nota expressando surpresa com a decisão, argumentando que o tribunal de apelação havia constatado que o ex-presidente nunca teve conhecimento pessoal do excesso de gastos em sua campanha.
O caso envolve gastos que quase dobraram o limite legal de 22,5 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões na cotação atual) permitidos pela legislação eleitoral francesa. Para ocultar os custos reais dos comícios, o partido de Sarkozy, os Republicanos (então UMP), contratou a agência de relações públicas Bygmalion.
Outro processo em andamento
Esta condenação é separada do caso que levou Sarkozy para a prisão em outubro, também relacionado a financiamento ilegal de campanha, mas envolvendo suposto apoio do governo líbio em 2007. Naquele episódio, o ex-presidente ficou preso por 20 dias antes de conseguir liberdade condicional.
Atualmente, Sarkozy aguarda o resultado de um recurso em liberdade condicional, mas com restrições severas: está proibido de deixar a França e não pode contatar outros réus no processo, incluindo o ministro da Justiça Gérald Darmanin, que o visitou durante o período de encarceramento - fato que gerou controvérsia política.
Histórico judicial do ex-presidente
Aos 70 anos, Nicolas Sarkozy se tornou o primeiro ex-presidente na história recente da França a ser efetivamente preso. Em condenações anteriores, ele havia conseguido substituir penas de detenção pelo uso de tornozeleira eletrônica, evitando assim o cárcere enquanto respondia a outras acusações.
A suspeita no caso líbio envolve a alegação de que assessores próximos ao ex-presidente teriam negociado patrocínio eleitoral com aliados do líder autoritário líbio, morto em 2011 durante operação militar liderada pelos Estados Unidos.