China sanciona Boeing e mais 19 empresas dos EUA por venda de armas a Taiwan
China sanciona 20 empresas dos EUA após venda de armas a Taiwan

O governo chinês anunciou, nesta sexta-feira, 13 de dezembro de 2025, um pacote de sanções contra 20 empresas e 10 executivos dos Estados Unidos. A medida é uma resposta direta à recente aprovação, por parte do governo americano, de um fornecimento de armas no valor de US$ 11 bilhões para Taiwan.

Resposta firme a "grave violação"

O Ministério das Relações Exteriores da China emitiu uma nota oficial na qual classifica a venda de armas como uma "grave violação do princípio de uma só China". O comunicado também acusa os Estados Unidos de interferir nos assuntos internos chineses e prejudicar a soberania e a integridade territorial do país, com base nos três comunicados conjuntos que historicamente regem as relações bilaterais.

Entre os equipamentos que compõem o pacote militar americano para a ilha estão softwares e equipamentos de rede tática, sistemas aéreos não tripulados (drones), equipamentos de comunicação, peças de reposição, treinamento e suporte logístico e técnico.

Quem está na lista de sanções?

A lista de empresas sancionadas inclui algumas das maiores e mais conhecidas corporações da indústria de defesa e tecnologia dos Estados Unidos. A gigante aeroespacial Boeing e a contratante de defesa Northrop Grumman estão entre os nomes de maior destaque.

Além delas, foram sancionadas as seguintes companhias: L3Harris Marine, Missouri, Gibbs & Cox, Advanced Acoustics Concepts, VSE, Sierra Technical, Red Cat, Teal Unmanned Aerial, Reconnaissance Boat, High Point, Epirus, Dedrone, I-Field, Blue Power, Submarine Technologies, Vantop, Interleix, Diamond Force e Lazarus Artificial Intelligence.

As autoridades chinesas também miraram diretamente altos executivos. Foram sancionados 10 líderes empresariais, que tiveram seus bens e propriedades na China congelados e estão proibidos de entrar no território chinês. A lista inclui:

  • Palmer Lucky, fundador da Anduril Corporation.
  • John Cantillon, Vice-Presidente da L3Harris Technologies.
  • Michael Cannoville, Presidente e CEO da Advanced Acoustic Concepts.
  • John Kummer, Presidente e CEO da VSE Corporation.
  • Mitch McDonald, Presidente da Teal Drones.
  • Anschumann Roy, fundador e CEO da Diamond Power.
  • Dan Smoot, Presidente e CEO da Vantop Corporation.
  • Aditya Devarakonda, CEO da Diderot Corporation.
  • Ann Wood, Presidente da High Point Aeronautics.
  • Jay Hofledge, cofundador e CEO da Reconnaissance Boat.

Como parte das sanções, empresas chinesas estão formalmente proibidas de realizar qualquer tipo de negócio com as companhias listadas.

O pano de fundo do conflito

A ilha de Taiwan é governada de forma autônoma desde 1949, mas a China a considera uma parte inalienável de seu território. A posição oficial de Pequim é a de que há apenas uma China, da qual Taiwan é uma província.

Os Estados Unidos, assim como a maior parte do Ocidente, não reconhecem Taiwan como um país independente. No entanto, Washington mantém laços estreitos com o governo taiwanês e é, historicamente, seu principal fornecedor de armamentos, uma política que consistentemente gera atritos com a China continental.

Esta nova rodada de sanções representa mais um capítulo de tensão nas já complexas relações sino-americanas, colocando grandes corporações no centro de uma disputa geopolítica que envolve soberania, segurança e comércio global.