O Ministério da Defesa da China emitiu um severo alerta ao Japão nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025, afirmando que o país pagará um preço doloroso se cruzar a linha vermelha em relação a Taiwan. A declaração ocorre em resposta aos planos japoneses de implantar mísseis em uma ilha estratégica nas proximidades do território taiwanês.
Declaração dura do porta-voz chinês
Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Jiang Bin, foi categórico em suas afirmações. O Exército de Libertação Popular possui capacidades poderosas e meios confiáveis para derrotar qualquer inimigo invasor, declarou Bin. Se o lado japonês ousar cruzar a linha, mesmo que em meio passo, e causar problemas, inevitavelmente pagará um preço doloroso.
As declarações representam a escalada mais recente nas tensões entre os dois países, que se intensificaram após declarações da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi sobre uma possível intervenção militar no Estreito de Taiwan.
Planos militares japoneses em Yonaguni
O estopim do conflito diplomático foram as revelações do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, sobre planos concretos para implantar mísseis superfície-ar de médio porte na base militar da ilha de Yonaguni. Localizada a apenas 110 quilômetros da costa leste de Taiwan, a ilha representa uma posição estratégica crucial.
Koizumi afirmou que os preparativos para a instalação dos mísseis estão avançando de forma constante, o que foi interpretado por Pequim como uma provocação direta. O porta-voz chinês respondeu acusando o Japão de alimentar ilusões de intervenção militar na região.
Consequências diplomáticas e econômicas
A crise diplomática já começa a afetar as relações bilaterais e o turismo entre os dois países:
- A embaixada do Japão em Pequim emitiu alerta de segurança para cidadãos japoneses na China
- O governo chinês desaconselhou formalmente viagens ao Japão
- Mais de 10 companhias aéreas chinesas ofereceram reembolsos para voos com destino ao Japão até 31 de dezembro
- A Sichuan Airlines cancelou a rota Chengdu-Sapporo até pelo menos março de 2026
Enquanto isso, Taiwan continua reforçando suas defesas, com planos de gastar US$ 40 bilhões adicionais nos próximos oito anos. O governo taiwanês defende que apenas seu povo pode decidir o futuro da ilha, rejeitando as reivindicações territoriais chinesas.
A situação chamou atenção até mesmo do presidente americano Donald Trump, que fez uma ligação para a primeira-ministra Takaichi na terça-feira, 25, pedindo moderação - embora sem fazer exigências específicas. A conversa ocorreu um dia depois de Trump aceitar convite do presidente chinês Xi Jinping para visitar Pequim em abril.