Em uma reviravolta diplomática que mobilizou as negociações climáticas globais, o Brasil emergiu como peça fundamental para desbloquear o impasse sobre a sede da COP31, marcada para 2026. A solução encontrada divide responsabilidades entre Turquia e Austrália, com mediação direta do embaixador brasileiro Maurício Lyrio.
O impasse diplomático
A disputa pela hospedagem da Conferência do Clima da ONU em 2026 havia criado um cenário de paralisia nas negociações. Tanto a Turquia quanto a Austrália pleiteavam o direito de sediar o evento, levando a um impasse que ameaçava o andamento dos preparativos.
As fontes próximas às discussões revelaram que os turcos resistiam em ceder o controle total da convenção, temendo que isso esvaziasse seu poder político como país anfitrião. A situação exigia uma solução criativa que atendesse aos interesses de ambas as nações.
A solução brasileira
Na tarde de sexta-feira, 21 de novembro de 2025, o embaixador brasileiro Maurício Lyrio assumiu o papel de mediador nas negociações. Reunido com representantes dos dois países, o diplomata brasileiro trabalhou para encontrar uma saída que beneficiasse todas as partes.
O acordo final estabelece que a Turquia sediará o evento e exercerá a presidência da COP31, enquanto a Austrália assumirá uma posição inédita como "presidente das negociações". Esta divisão de funções permitiu superar o bloqueio que persistia desde quarta-feira, 19 de novembro.
Detalhes do acordo
O arranjo diplomático inclui ainda a realização da pré-COP em uma nação insular do Pacífico, região onde os efeitos das mudanças climáticas são mais visíveis e urgentes. O país específico que receberá esta convenção preparatória ainda será definido.
Esta decisão reforça o compromisso de dar voz aos territórios mais vulneráveis às alterações do clima, garantindo que suas realidades sejam consideradas nas discussões preparatórias para a conferência principal.
A mediação bem-sucedida do Brasil consolida o papel do país como ator fundamental nas negociações climáticas globais, demonstrando capacidade de liderança e construção de consensos em um tema de extrema importância para o futuro do planeta.