
Eis que o placar político marcou mais um gol: depois de anos de idas e vindas, o Senado finalmente chutou para o gol a prorrogação eterna da Lei de Incentivo ao Esporte. Na prática? O mecanismo que permite empresas abaterem do Imposto de Renda parte do que investem em projetos esportivos deixou de ser temporário — virou peça permanente no tabuleiro.
Não foi um jogo fácil. A votação desta quarta-feira (15) teve lances polêmicos, mas no fim o placar foi elástico: 64 votos a favor, apenas 2 contra. Algo raro nos tempos atuais de polarização. "É vitória do esporte brasileiro", comemorou o relator, senador Romário (PL-RJ), ex-craque do futebol que agora faz jogadas no legislativo.
O que muda na prática?
Antes, a lei precisava ser renovada de tempos em tempos — um suspense que deixava clubes, atletas e patrocinadores de cabelo em pé. Agora, virou política de Estado. Traduzindo: mais segurança jurídica para quem investe.
- Empresas podem deduzir até 1% do IR devido
- Projetos precisam ser aprovados pelo Ministério do Esporte
- Prioridade para iniciativas que incluam crianças e adolescentes
Mas calma lá que não é festa geral. Críticos apontam que o mecanismo beneficia principalmente o esporte de alto rendimento, deixando a base — aquela pelada de rua, sabe? — com as migalhas. "Tem que ter contrapartida social", cobrou um senador durante o debate.
O próximo lance
A bola agora está com o Planalto. Como o projeto já passou pela Câmara, só falta a canetada presidencial — e tudo indica que Lula vai carimbar sem frescura. Afinal, em ano de Olimpíada (Paris 2024 vem aí), nada melhor que mostrar serviço na área esportiva.
Ah, detalhe: a estimativa é que o governo deixe de arrecadar R$ 300 milhões por ano com isso. Mas os defensores garantem que o retorno social compensa. Será? O tempo — e as estatísticas — dirão.