Presidente do Corinthians detalha reestruturação e meta de títulos em 2025
Osmar Stábile fala sobre reestruturação e dívida da Arena

Em uma conversa franca e detalhada, Osmar Stábile, presidente do Corinthians, traçou um panorama do momento do clube, destacando um amplo processo de reestruturação administrativa e financeira, ao mesmo tempo em que garantiu que o time seguirá na busca por conquistas esportivas. A entrevista, concedida ao programa De Primeira, revelou os esforços para reorganizar as finanças e a gestão alvinegra.

Reestruturação interna e blindagem do futebol

Stábile, que assumiu o cargo após o impeachment de Augusto Melo, deixou claro que seu objetivo é entregar um clube em condições muito superiores às que encontrou. Ele enfatizou que o futebol profissional está completamente blindado de interferências externas. "Não tem. Foi blindado e o tempo todo está sendo administrado da melhor forma possível", afirmou, garantindo que as decisões são tomadas exclusivamente por profissionais da área.

O presidente revelou que a reestruturação vai além de um simples ajuste, sendo na verdade uma estruturação de setores que não existiam de forma organizada. "Nós estamos pegando todos os departamentos, vendo o centro de custo... mandando todo mundo que pertence ao futebol, para o custo do futebol", explicou. A medida inclui desde a base e o futsal até a renegociação de contratos comerciais na arena, visando aumentar as receitas.

O desafio milionário da Neo Química Arena

Um dos pontos mais críticos abordados por Stábile foi a situação financeira da Neo Química Arena. Ele revelou números alarmantes: o clube já pagou R$ 93 milhões em serviço da dívida apenas até meados de setembro, com uma parcela residual ainda pendente. No entanto, a capacidade atual de pagamento do Corinthians é de apenas R$ 10 milhões por ano, muito abaixo dos cerca de R$ 100 milhões desembolsados anualmente.

"O Corinthians não suporta mais pagar o que nós estamos pagando por anos de juros", declarou, explicando que o dinheiro é "carimbado" e vai direto para a Caixa Econômica, sem passar pelas mãos da diretoria. A solução, segundo ele, passa necessariamente pelos naming rights (direitos de nome) do estádio. "A arena tem que ser paga através do naming rights... Se existe trabalho, pode ter resultado na frente", afirmou, otimista.

Gestão de recursos e futuro esportivo

Sobre a premiação da Copa do Brasil, Stábile fez uma correção aos valores divulgados. O montante líquido que chegará aos cofres do clube, após descontos de INSS e outros impostos, será de aproximadamente R$ 69 milhões, e não os R$ 77 milhões frequentemente citados. "O dinheiro será bem administrado, eu sou administrador de empresas", garantiu, prometendo aplicar os recursos conforme as necessidades e prioridades do clube.

Questionado sobre possíveis problemas com o atacante Memphis Depay, o presidente foi taxativo: "Dificilmente, a gente pega algo para reestruturar que não tenha problemas... Mas quero dizer que não tem nenhum problema com o Memphis". Ele ainda destacou o clima positivo no vestiário após as conquistas.

Para o próximo ano, apesar do foco na reorganização interna, a meta segue ambiciosa. "Tenho certeza absoluta que nós vamos buscar mais títulos, mesmo com a reestruturação", finalizou Stábile, resumindo o sentimento com uma frase: "O Corinthians é inexplicável".