
O governo federal resolveu puxar o freio de arrumação na proposta que aumentaria o número de deputados federais — e a explicação veio com números na mesa. Segundo fontes do Planalto, a canetada presidencial no projeto foi motivada por dois pilares: o rombo nos cofres públicos que isso causaria e, claro, a defesa do interesse coletivo.
Não é brincadeira de criança. Estamos falando de um acréscimo estimado em R$ 1,5 bilhão por ano só para bancar os novos parlamentares — dinheiro que, convenhamos, faria falta em áreas como saúde e educação. "Tem hora que é preciso dizer não", comentou um assessor próximo ao presidente, pedindo anonimato.
O xis da questão
Detalhe curioso: o projeto já tinha passado pelo crivo do Senado quando chegou à mesa presidencial. Mas o Planalto encarou a proposta com desconfiança, quase como quem vê um convite para aumentar a farra com o dinheiro público.
- Custo anual: R$ 1,5 bi — equivalente a 30 hospitais de pequeno porte
- Número de deputados: saltaria de 513 para 1.200 (mais que o dobro!)
- Justificativa do veto: "inoportuno e contrário ao interesse público"
Não faltaram críticas ao veto, é claro. Alguns parlamentares — principalmente os que já estavam se esfregando com a possibilidade de novas vagas — reclamaram que a medida "engessa a representatividade". Mas será mesmo? Ou seria apenas mais um caso de politicagem disfarçada de boa intenção?
O outro lado da moeda
Enquanto isso, especialistas em administração pública fazem coro com o governo. "Num país com tantas carências, aumentar a máquina legislativa seria como comprar um carro de luxo quando faltam remédios no posto de saúde", dispara a professora universitária Ana Lúcia Mendes, especialista em finanças governamentais.
O debate promete esquentar os ânimos em Brasília nas próximas semanas. Afinal, mexer no bolso — e no poder — dos políticos nunca foi tarefa fácil. Resta saber se o Congresso vai aceitar o veto calado ou se vai tentar derrubá-lo, numa demonstração clara de quem manda no pedaço.