
Quem diria, hein? Depois de meses trocando farpas como dois jogadores de futebol em final de campeonato, Tarcísio Freitas (SP) e Eduardo Paes (RJ) resolveram dar um tempo nas brigas públicas. Parece que aquele clima pesado — daqueles que até os assessores ficavam com vergonha alheia — finalmente deu lugar a um "vamos combinar, não vamos brigar".
E olha que não foi fácil. Lembra quando Paes chamou o colega de "bolsonarista raivoso"? Ou quando Tarcísio respondia com indiretas que doíam mais que pisão de salto alto? Pois é. Mas a política, como dizem por aí, é a arte do possível. E do improviso. E do "melhor não criar mais caso".
O que mudou?
Fontes próximas aos dois governadores contam que a virada começou com uma conversa discreta — daquelas que acontecem nos cantinhos dos corredores, longe dos holofotes. Alguém soltou um "mas pra que essa encrenca toda?" e, surpreendentemente, os dois toparam baixar a guarda.
- Interesses comuns: Ambos têm projetos que dependem de apoio federal
- Cansaço: Até eleitorado conservador já reclamava das brigas
- Timing político: Ano que vem tem eleição municipal, ninguém quer desgaste
Não foi um abraço com direito a foto no Instagram, claro. Mas já é alguma coisa. Como disse um assessor que pediu pra não ser identificado: "Antes se ignoravam nos eventos, agora pelo menos fingem que não se veem". Progresso, né?
E o Bolsonaro nisso tudo?
Aqui a coisa fica interessante. O ex-presidente, que era tipo o elo problemático dessa relação, virou meio que o "amigo em comum" que ninguém quer mencionar. Tarcísio, que já foi chamado de "braço direito" de Bolsonaro, agora parece mais preocupado em mostrar autonomia. Paes, por sua vez, evitou novos ataques — estratégia clara de quem prefere não reabrir feridas.
"É como aquela briga de casal onde ambos concordam em culpar o sogro", brincou um analista político, sob condição de anonimato. A diferença é que, nesse caso, o "sogro" ainda tem influência considerável no cenário nacional.
Resta saber se essa paz vai durar mais que promessa de ano novo. Na política, como no Carnaval, hoje é um dia, amanhã pode ser outro completamente diferente. Mas por enquanto, a trégua parece ser boa para todos — exceto, talvez, para quem gosta de um drama político bem temperado.