
Numa jogada que dividiu opiniões sob o teto do Congresso, o deputado Rodrigo Motta (PL-MT) saiu em defesa do polêmico esvaziamento do plenário durante votações importantes. O parlamentar — que parece ter trocado o cafezinho pelas manchetes — garante que a medida não é capricho, mas sim necessidade.
"Quando você tira o circo do picadeiro, sobra espaço para o trabalho sério", disparou Motta, com aquela cara de quem já cansou de explicar. Segundo ele, a mudança no regimento interno visa "devolver o respeito" à Casa, transformando o plenário num ambiente mais... digamos, parlamentar.
O outro lado da moeda
Mas nem todo mundo comprou a ideia. Alguns colegas de Motta torcem o nariz, vendo na medida um belo disfarce para cercear debates acalorados. "Desde quando silêncio virou sinônimo de produtividade?", questiona um oposicionista que preferiu não se identificar — coisa rara em Brasília, onde microfone ligado é quase extensão corporal.
Curiosamente, a discussão acontece num momento em que a Câmara parece dividida entre dois extremos: de um lado, os que defendem um Legislativo mais "Instagramável"; do outro, quem briga por um parlamento que funcione de fato, mesmo que sem espetáculo.
E os números?
- Sessões com plenário vazio caíram 40% no último mês
- Tempo médio de votações reduziu em 25 minutos
- Mas projetos polêmicos seguem empacados
No meio do fogo cruzado, Motta insiste: "Não estamos fazendo teatro vazio, estamos evitando que o teatro tome conta". Resta saber se o público — no caso, o eleitorado — vai aplaudir ou vaiar essa encenação institucional.