
Eis que o Planalto resolveu puxar o freio de mão num projeto que tava gerando burburinho nos bastidores de Brasília. Numa canetada só, Lula acabou de vetar integralmente a proposta que aumentaria o número de deputados federais de 513 para 668 — um salto de 30% no tamanho da Câmara.
Pra você ter ideia do estrago (ou da economia, depende do ponto de vista), os cálculos do governo apontam que o veto vai deixar de sugar dos cofres públicos cerca de R$ 3,2 bilhões ao longo da próxima década. Não é troco de pinga, como diria meu avô.
O xadrez político por trás da decisão
O Palácio do Planalto alega que a medida — aprovada às pressas pelo Congresso no mês passado — feriria o princípio da "racionalidade administrativa". Traduzindo: gastaríamos uma fortuna pra ter mais políticos trabalhando (ou não) em pleno momento de ajuste fiscal.
Mas tem um pepino nessa história toda. O veto chega num momento delicado das relações entre Executivo e Legislativo. Sabe aquele clima de "fogo amigo" que todo mundo comenta nos corredores do poder? Pois é.
- Custo por cabeça: Cada novo deputado custaria R$ 19,4 milhões em 10 anos
- Timing suspeito: Projeto foi aprovado em junho, quando discussões sobre reformas tributárias e administrativas estavam a pleno vapor
- Reação imediata: Líderes partidários já falam em derrubar o veto
Não é de hoje que essa ideia de aumentar o número de parlamentares ronda o Congresso. Desde 2018, quando o STF enterrou as candidaturas múltiplas, essa tem sido a saída encontrada por partidos pra acomodar mais aliados. Só que agora, com o orçamento apertado, a conta não fecha mais.
E agora, José?
O veto presidencial não é o fim da linha. O Congresso pode derrubá-lo se conseguir reunir maioria absoluta (257 votos) na Câmara e 41 no Senado. Considerando que a proposta original passou com folga, a briga promete.
Enquanto isso, o Planalto tenta equilibrar a corda bamba: de um lado, a necessidade de manter o Congresso como aliado pra aprovar suas paostas; do outro, a pressão por responsabilidade fiscal num ano que o governo já cortou até café das reuniões pra economizar.
E você, o que acha? Mais deputados significariam mais representatividade ou só mais gastos? A resposta, como tudo na política brasileira, provavelmente está num cinza entre os dois extremos.