
O clima em Brasília está mais tenso que fila de banco em dia de pagamento. E não é pra menos — o presidente Lula acaba de dar um xeque-mate no tabuleiro político ao vetar o aumento do número de deputados federais. Uma jogada que, diga-se de passagem, deixou muita gente com os cabelos em pé.
Não foi um veto qualquer. Foi um "não" estrondoso, daqueles que ecoa pelos corredores do Planalto e do Congresso. E o que parecia ser apenas mais uma manobra burocrática revelou-se uma aposta de alto risco na velha estratégia do "nós contra eles" — como se o presidente estivesse dizendo: "Quer guerra? Então guerra terão".
Os números que explicam a polêmica
Pra entender a encrenca:
- A proposta permitiria que cada estado tivesse até 120 deputados (atualmente são 513 no total)
- O aumento seria gradual, mas significativo — e caro pra burro
- Estimativas apontavam um custo extra de R$ 3,5 bilhões em dez anos
Lula, com aquela cara de pau que só ele tem, alegou "restrições orçamentárias" e "princípio da proporcionalidade". Mas todo mundo sabe — até o zé da vendinha — que o buraco é mais embaixo.
A arte da retórica presidencial
O discurso oficial fala em responsabilidade fiscal. Já os bastidores contam outra história — uma de poder, influência e velhas rixas políticas. O presidente parece ter decidido que, se vai levar porrada, pelo menos que seja no seu próprio jogo.
E que jogo! A medida:
- Fere interesses de aliados e opositores
- Reacende debates sobre reforma política
- Coloca o Congresso contra a parede
Não é todo dia que se vê um presidente cortando o próprio tapete — ou melhor, o tapete dos outros. A questão é: será que essa jogada vai render dividendos ou vai explodir na cara do governo?
Uma coisa é certa: o clima no Planalto está mais carregado que céu de temporal. E enquanto os deputados resmungam pelos corredores, Lula parece ter colocado o pé no acelerador da polarização. Resta saber quem vai segurar essa bronca.