Lula contra-ataca: decreto de reciprocidade é resposta direta às tarifas de Trump
Lula regulamenta lei de reciprocidade após tarifas de Trump

Numa jogada que muitos analistas já previam — mas que poucos esperavam tão cedo —, o presidente Lula decidiu não ficar de braços cruzados diante das últimas medidas comerciais americanas. A caneta presidencial riscou forte nesta segunda-feira (14) ao assinar o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Internacional.

E não foi só burocracia. O texto, que vinha sendo costurado há meses no Planalto, basicamente dá ao Brasil um "botão de emergência" comercial. Traduzindo: se algum país resolve aumentar tarifas para produtos brasileiros, como fez o governo Trump recentemente, agora temos instrumentos legais para revidar na mesma moeda.

O que muda na prática?

Imagine a cena: Washington aumenta impostos sobre nosso aço. Pronto, Brasília pode — seguindo critérios técnicos, claro — responder com medidas equivalentes contra produtos americanos. Não é brincadeira de guerra comercial, mas quase. A diferença é que agora está tudo no papel, com regras claras.

  • Retaliações proporcionais (nada de exageros que possam virar problema maior)
  • Prazos definidos para análise de cada caso
  • Consultas obrigatórias aos setores afetados antes de qualquer medida

O ministro da Economia, que parecia um pouco ressabiado com a ideia no começo, agora defende a medida como "necessária em tempos de protecionismo crescente". Já o Itamaraty, sempre mais diplomático, prefere falar em "instrumento de negociação".

E os EUA nisso tudo?

Bom, convenhamos: o timing não foi mera coincidência. As novas tarifas trumpistas sobre alumínio brasileiro ainda estavam quentinhas quando o Palácio do Planalto decidiu acelerar a regulamentação. Mas calma, ninguém está declarando guerra — pelo menos não ainda.

Fontes próximas ao governo revelam que a estratégia é mais "demonstração de músculos" do que vontade real de escalar conflitos. "É como mostrar que temos cartas na manga antes mesmo da próxima rodada de negociações", confidenciou um assessor, sob condição de anonimato.

O mercado, claro, ficou com um pé atrás. Alguns analistas temem retaliações em cadeia, enquanto outros acham que a medida era inevitável. "Nesse jogo de xadrez comercial, ou você se mexe ou vira peão", resumiu uma economista de São Paulo.