
Numa fala que pegou muitos de surpresa — até mesmo aliados —, o presidente Lula soltou o verbo contra os Estados Unidos nesta quarta-feira. E o alvo? Nada menos que Donald Trump e sua política comercial, que, segundo ele, está usando o Brasil como desculpa esfarrapada.
"É de cair o queixo", disparou Lula, com aquele jeito mineiro de quem não está nem aí para polêmicas. "Os caras lá querem justificar taxação abusiva com o pretexto de que a gente, sob o governo Bolsonaro, não cumpriu acordos? Me poupe!"
O xadrez geopolítico
O que está por trás dessa briga? Bom, a coisa é mais embaixo. Enquanto o governo americano alega que o Brasil descumpriu cláusulas ambientais (sim, aquelas mesmas que Bolsonaro varreu pra debaixo do tapete), Lula rebate:
- "Desde janeiro, revertemos 90% dos estragos"
- "Temos os dados, eles têm narrativa"
- "Isso é cortina de fumaça para proteger agricultores do Midwest"
Não é segredo pra ninguém — exceto talvez pra quem acredita em coelhinho da Páscoa — que 2024 é ano eleitoral nos EUA. E Trump, sabe como é, precisa agradar seu eleitorado rural. "Convenientemente", como ironizou um assessor do Planalto, "o timing das taxas coincide com a campanha".
E o Brasil nessa história?
Aqui, a reação foi imediata. O Itamaraty já prepara contra-argumentos técnicos, mas Lula preferiu o caminho do bate-boca. "Querem um vilão? Inventem outro", esbravejou, deixando claro que não engolirá a narrativa americana.
Especialistas ouvidos — aqueles que realmente entendem do riscado — apontam dois cenários:
- Jogo de pressão: os EUA testam os limites do novo governo
- Teatro político: Trump cria cortina de fumaça para desviar de problemas domésticos
Enquanto isso, nos bastidores, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) trabalha em silêncio. Fontes próximas dizem que ele prefere "diplomacia econômica" ao invés de "tiro de bazuca retórico". Será a abordagem certa? Só o tempo — e talvez as urnas americanas — dirão.