
Numa sala cheia de tensão — daquelas que até o ar-condicionado parece hesitar —, executivos de peso bateram o martelo: "Não brinquem com fogo". O alvo? Possíveis retaliações do governo brasileiro contra os Estados Unidos. O cenário? Uma reunião urgente com o vice-presidente Geraldo Alckmin nesta quarta-feira.
O jogo de xadrez comercial
Enquanto lá fora o sol derretia o asfalto de Brasília, dentro do Palácio do Planalto a discussão era quente como pimenta malagueta. "Se a gente revidar, quem perde é o nosso setor exportador", disparou um CEO que preferiu não ter o nome estampado — afinal, ninguém quer virar alvo de tariffs, né?
Dados concretos? Eis alguns que queimaram a língua dos presentes:
- Mais de 30% das exportações brasileiras de manufaturados dependem do mercado americano
- Setor agrícola teme efeito dominó em cadeias globais
- Possível perda de competitividade frente a concorrentes como Argentina e Canadá
O elefante na sala
Alckmin, sempre com aquele jeito de professor de cursinho, ouviu mais do que falou — estratégia clássica de quem quer evitar "foot in mouth disease". Mas quando abriu a boca, soltou uma pérola: "Temos canais diplomáticos robustos. Vamos usá-los antes de qualquer medida abrupta".
Entre um cafezinho requentado e planilhas de Excel abertas em laptops reluzentes, os empresários fizeram coro: "Diálogo, não confronto". A mensagem era clara como cristal — ou deveria ser, se não fosse o jogo político turvar as águas.
E você, leitor? Acha que o governo deve seguir a cartilha dos empresários ou mostrar músculo na relação com os EUA? O debate está aberto — e quente como o café daquela reunião interminável.